Jornalistas protestam contra demissões durante evento da OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, ofereceu um café da manhã, nesta quinta-feira (7), em comemoração ao dia jornalista que é capacitado para manter a sociedade informada e assim então, promover construção de conceitos e opiniões a respeito da sociedade.

O objetivo da OAB-PI, além de ter unido as duas classes, foi principalmente homenagear a categoria dos jornalistas. O Presidente da entidade, Chico Lucas elogiou a atuação dos profissionais em favor da democracia.
“Os jornalistas são o canal de comunicação entre a sociedade com os representantes de classes, dos gestores, empresários, enfim. Sem esse canal, você pode até trabalhar, mas a sociedade não terá conhecimento. É necessário principalmente que esse canal seja livre de obstáculos porque o jornalista tem que ter liberdade de expor o que é relevante. Sem o jornalismo livre e sem uma advocacia forte, nós não temos democracia. É por isso que essas duas profissões nunca podem se afastar. E essa foi a maneira que a OAB quis prestar essa justa homenagem aos jornalistas piauienses”, disse.
Durante o evento, além de prêmios e discursos de advogados piauienses a respeito da situação social do jornalismo tanto no Estado, como no país, alguns comunicadores sociais que fazem frente à “União do Jornalista”, expressaram revolta e pediram o apoio da OAB e de outros profissionais da área em respeito aos direitos que estão sendo obstruídos em relação a demissão em massa de dois veículos de comunicação do Estado, em especial a Fundação Antares, que por ser pública, há muitos anos não realiza concurso público e recentemente a classe teve conhecimento do elevado número de profissionais que ficarão desempregados.
O jornalista esportivo Fábio Lima, afirmou que a União fortalecerá o Sindicato dos Jornalistas do Piauí (Sindjor-PI) através de um ato que acontecerá durante um mês para novas filiações. Segundo ele, o objetivo é de união a fim de democratizar os direitos conquistados e evitar novas demissões, como as já mencionadas.
No início da manhã de hoje, houve um ato em frente a Fundação Antares, e amanhã (8), a partir das 13 horas, haverá outro. “Queremos demonstrar um abraço em defesa dos jornalistas contra a precariedade no trabalho, e por uma categoria que seja respeitada. Se os colegas da Antares não puderem falar ou agir, faremos isso por eles”, afirmou.

O Presidente da OAB-PI comentou a manifestação da classe, afirmando que promoverá apoio a essas demandas. “Nós como Ordem podemos cobrar lisura, o concurso público, cobrar do administrador que ele respeite as normas. Nos colocamos a disposição no sentido do controle social da administração pública. Eu tenho certeza que essa ajuda, junto com a atuação do Sindicato e essa participação que foi reforçada aqui, possa encontrar uma solução diferente da atual”, disse o Presidente Chico Lucas ao GP1.

Durante discurso, o Mestre e Professor de Direito Constitucional, Francisco de Sousa, afirmou que não existe liberdade de imprensa. Questionado dos argumentos embasados para tal opinião, ele disse que mesmo tendo um olhar externo, percebe-se a distorção do fazer jornalístico por meio de uma linha ou opinião editorial que lhes são endossados nos locais que tais profissionais trabalham.

“Hoje não há liberdade de imprensa. Sei que nós não somos da área, que o nosso olhar é um olhar externo, mas percebemos que há um pendor maior, embora exista a proteção formal na Constituição de liberdade de imprensa. A Constituição dedicou um título inteiro ao comunicador social, que é o artigo 220, fora as proteções do artigo quinto, onde trata-se de direitos fundamentais, e a gente percebe que há um reforço ou há uma tendência em relação a prática da liberdade de empresa”, afirmou.

Exemplificando, Francisco de Sousa citou alguns exemplos que solidificam a afirmação. “O jornalista se ver tolhido a todo instante por uma pauta, por uma edição, por uma demanda, por um direcionamento que os proprietários da grande mídia dão. Embora os profissionais usam da liberdade da internet para fazer difundir suas ideias formais e libertárias, o ambiente da internet oferece uma polifonia, um ruído. Ainda que seja mais democrático, aqueles que devem ser ouvidos, que tem uma opinião mais respalda, mais moldada na verdade, acabam não tendo muita voz”, finalizou.


A OAB-PI, por meio da Escola Superior de Advocacia do Piauí (ESA-PI) irá se aproximar ainda mais dos jornalistas, e para isso, foi firmado uma parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) para oferecer cursos de qualificação voltados à área da Comunicação e do Direito.

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