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Francisco de Jesus pede mais celeridade do judiciário para julgar casos de violência contra a mulher

Para o promotor, o poder judiciário precisa dar uma resposta e julgar mais rapidamente os casos.

Em entrevista ao GP1, o promotor Francisco de Jesus, que atua no Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), afirmou que espera mais rapidez do poder judiciário em julgar os casos de violência contra a mulher.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Francisco de Jesus(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Francisco de Jesus
O promotor afirma que não está havendo um aumento da violência contra a mulher, mas que a mulher está criando cada vez mais coragem de denunciar. “No caso de violência contra a mulher não há aumento. Apareceu. Ela já existia e existe muito mais. Gradativamente com a Lei Maria da Penha, a mulher vem se encorajando. Os casos vêm aparecendo. As pessoas dizem que houve aumento, mas não, só apareceu, pois já existia”, disse.

Para o promotor, o poder judiciário precisa dar uma resposta e julgar mais rapidamente os casos. “Se eu estou encorajando a denunciar é preciso dar uma resposta. Aqui existem cerca de 8 mil processos. Sem medo de errar, se tiver 20 julgados para condenar ou absolver [é muito]. É resposta do poder judiciário? Do que adianta dizer para a mulher denunciar, se o processo dela vai ficar parado? Eu estou vendendo uma mercadoria que não estou entregando”, disse.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Francisco de Jesus(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Francisco de Jesus com os processos
Francisco de Jesus afirmou ainda que falta de estrutura não pode ser usada como justificativa para a demora nos julgamentos.

“É preciso trabalho das autoridades. Dar uma solução. Ela não entrou pedindo proteção jurisdicional? Então resolva. Não tem estrutura? Vai esperar um exército para resolver? Ninguém tem estrutura. Eu não tenho estrutura, mas eu estou fazendo o meu trabalho, os processos do Ministério Público estão sendo cumpridos, os da delegacia também estão sendo cumpridos porque eu acompanho. As delegadas do Piauí têm feito um ótimo trabalho. Promotor não julga. Delegado não julga. Agora para esclarecer, não é o promotor que resolve [o problema], também não é o juiz. É a sociedade inteira”, afirmou.

Francisco de Jesus explicou ainda que, no Piauí, o maior número de registros é de ameaças, depois vem a lesão corporal e a injúria. A mulher idosa é a que mais sofre agressão.

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