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Grupos econômicos estão assediando donos de terras em Marcolândia

O GP1 apurou que o governador Wellington Dias mandou investigar a denúncia e que o Ministério Público Federal também deve abrir uma investigação.

O ex-candidato ao senado, Gustavo Henrique (PSC), denunciou ao GP1 que grupos econômicos estão assediando donos de terrenos em Marcolândia onde estão implantados geradores eólicos. O objetivo desses grupos é comprar o direito de receber o dinheiro dos royalties.

A cidade de Marcolândia, localizada no sul do Estado, a 353 km de Teresina, deve virar um dos principais parques eólicos do Brasil e para isso estão sendo feitos vários investimentos. Um deles é a implantação de geradores eólicos que estão em terrenos particulares da região.
Imagem: DivulgaçãoGustavo Henrique e Vitalino(Imagem:Divulgação)Gustavo Henrique e Vitalino
Gustavo Henrique afirmou que recebeu a denúncia do morador e servidor público municipal, Vitalino Tomé da Silva, informando que grupos econômicos estariam oferecendo dinheiro para comprar esses direitos. O problema é que a maioria dos proprietários dos terrenos não tem instrução e sem a consciência de que o dinheiro dos royalties é mensal, acaba vendendo o direito por um valor.

“Esses geradores quando são implantados em terreno privado há um ganho de royalties. Cada gerador tem royalties de R$ 1.500 a R$ 2 mil aproximadamente. Vamos supor uma família que tenha 20 geradores eólicos na sua terra, então isso vai mudar a vida econômica dela. Só que o que está acontecendo é que grupos econômicos do sul do país e outras regiões estão indo para Marcolândia e assediando as famílias para comprarem os direitos dos royalties. Então, famílias que nunca viram muito dinheiro, vendem parte ou todo o direito por R$ 50 a R$ 100 mil. Ela [a família] pega esse dinheiro e sem uma educação e instrução, acaba perdendo esse valor. É preciso conscientizar essas famílias que esses royalties são mensais”, declarou.

Gustavo Henrique disse que já comunicou o caso ao governador Wellington Dias (PT) e ao Ministério Público Federal (MPF) para que a denúncia seja investigada.
Imagem: DivulgaçãoParque eólico em Marcolândia(Imagem:Divulgação)Parque eólico em Marcolândia
“Eu alertei o governador a respeito disso. Eu estive com o governador na Feira de Ciências na Potycabana e perguntei se ele sabia o que estava acontecendo em Marcolândia. Ele disse que não, mas disse que iria mandar investigar o caso porque é muito sério. Vi a necessidade de falar isso com o governador, pois acho que o Estado não pode ser omisso. Também falei com o procurador Kelston Lages, que achou interessante a demanda e me pediu mais detalhes. O Ministério Público Federal e o Governo do Estado devem atuar nos casos e se comprovando, devem agir inclusive até com medidas judiciais”, afirmou Gustavo Henrique em entrevista ao GP1.

Ele destacou ainda que é necessário que as famílias sejam conscientizadas. “Eu entendo que o Estado precisa atuar, principalmente conscientizando as famílias para não venderem porque os royalties são mensais. A grande vantagem se for bem trabalhado é que a pessoa vai ter uma renda vitalícia, que dá pra melhorar sua qualidade de vida. Então é uma entrada econômica mensal, essas famílias se organizando, terão receitas pelo resto vida”, disse.

Parque Eólico


Apesar de considerar positivos os investimentos que estão sendo realizados na região, Gustavo afirmou que nem tudo é positivo no Parque Eólico.

“Em tese quando mais se coloca geradores eólicos, mais gera emprego. Só que logo após o trabalho de implantação, gera desemprego logo em seguida, pois depois só vai precisar de duas a três pessoas para supervisionar. Outra coisa que o piauiense não sabe é que não fica nenhum quilowatts no nosso estado, pois é vendido para outros estados. Além disso não fica o ICMS no Piauí, vai para o destino”, declarou.

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