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Corregedor apresenta relatório de inspeções e diz que situação do judiciário é ""gravíssima""

Segundo o corregedor, a situação encontrada foi gravíssima e muitas das unidades se encontravam em situação deplorável.

O Corregedor do Tribunal de Justiça do Piauí, o desembargador Francisco Antonio Paes Landim Filho, realizou nesta segunda-feira (3) uma entrevista coletiva para falar das inspeções realizadas em 94 comarcas e 181 unidades judiciárias do Piauí, menos nos presídios de Oeiras e Floriano onde os juízes auxiliares que faziam a inspeção foram impedidos de entrar. Segundo o corregedor, a situação encontrada foi gravíssima e muitas das unidades se encontravam em situação deplorável.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Coletiva(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Coletiva

Segundo Paes Landim, foram feitos inicialmente três relatórios. Um sobre a situação judiciária, outro sobre os cartórios extrajudiciais e outro sobre a inspeção feita em presídios. A situação encontrada durante as visitas foram consideradas gravíssimas pelo corregedor.

“A situação é realmente gravíssima, que merece cuidados especiais. Por isso o CNJ estabeleceu diretrizes para serem cumpridas. A situação de algumas comarcas são realmente deploráveis. Encontramos estruturas insuficientes” afirmou o corregedor.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Corregedor Paes Landim(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Corregedor Paes Landim

Problemas encontrados

Segundo a secretária geral da corregedoria do Tribunal de Justiça, Núbia Cordeiro, durante as inspeções foram encontrados cartórios extrajudiciais, que não tinham computador e nem mesmo uma cadeira, para atender a população.

Nos cartórios judiciais, muitos apresentavam problemas estruturais e falta de servidores. Por isso, algumas construtoras de fóruns edificados ou reformados serão notificados para resolver problemas como defeitos estruturais que foram encontrados.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Núbia Cordeiro e Paes Landim(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Núbia Cordeiro e Paes Landim

Nos presídios, alguns dos problemas apresentados foram que muitos presos não foram julgados. Em alguns chega até a 70% dos presos, mas no caso da Penitenciária Major César chega até a 90%.

As comarcas estão com déficit de mais de 50% e de juízes só tem 80% do necessário. No total, 26 comarcas não possuem juízes, e são juízes de outras comarcas que acabam respondendo por esses.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Corregedor Paes Landim(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Corregedor Paes Landim


Soluções


Após as inspeções, o corregedor apresentou o relatório aos Ministros do CNJ, a Ministra Liana Calmon, que é a atual Corredora Nacional da Justiça e ao Ministro Francisco Falcão, que será o próximo corregedor nacional. A ministra Eliana Calmon a fim de dar uma resposta rápida aos problemas encontrados, em ofício apresentou 23 propostas de soluções estruturais, diante dos problemas apresentados.

A Justiça Estadual de 1º Grau do Estado do Piauí terá 45 dias para licitar e então poder resolver alguns problemas encontrados. De imediato, foram estabelecidas 23 diretrizes. Alguns dos problemas que devem ser resolvidos, está na questão da modernização e informatização dos cartórios e comarcas, além disso, digitalização dos mais de 400 mil processos existentes. Além da compra de móveis padronizados, nomeação de dois juízes auxiliares para a corregedoria, treinamento de pessoal e até realização de concurso público para cargos vagos existentes nas unidades judiciárias, entre outros.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Corregedor Paes Landim(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Corregedor Paes Landim

Todas essas ações são para sanar, pelo menos por enquanto, alguns problemas encontrados. “É preciso que o poder executivo aumente o número de repasses para o poder judiciário para podermos sair dessa crise estrutural. Temos verbas, e no momento iremos usar recursos provenientes do Fundo de Modernização do Poder Judiciário do Estado (FERMOJUPI), e podemos gastar até R$ 20 milhões para resolver esses problemas inicialmente”, afirmou o corregedor. Um relatório específico sobre os presídios ainda será apresentado.

Confira aqui o Relatório
Confira aqui o Despacho do CNJ sobre as ações a serem cumpridas


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