Fechar
GP1

Piauí

Nove detentos usam a rede de esgoto e fogem da Central de Flagrantes em Picos

Dos nove fugitivos quatro já foram recapturados pela Polícia Militar que continua em diligências

Usando a rede de esgoto alcançada a partir de um buraco cavado próximo à privada, nove detentos fugiram da Central de Flagrantes de Picos. A fuga em massa foi descoberta por volta das 23 horas do domingo, 15 de julho, e dentre os que escaparam estão acusados de roubo, furto, tráfico de drogas e violência doméstica.

Imagem: José Maria Barros/GP1Fachada da Central de Flagrantes de Picos(Imagem:José Maria Barros/GP1)Fachada da Central de Flagrantes de Picos

No momento da fuga estavam de plantão três agentes da Polícia Civil, que somente tomaram conhecimento do fato após a Polícia Militar chegar à Central de Flagrantes com três detentos que haviam sido recapturados minutos antes.

Segundo o Chefe de Plantão Lennon Luz, ao se deslocarem para a cela do lado direito constataram que a fuga tinha realmente acontecido, pois dos onze detentos que duas horas antes estavam lá, apenas dois permaneciam, enquanto os outros nove haviam escapado.

Imagem: José Maria Barros/GP1Diretor do Sinpolpi denuncia precariedade e superlotação das celas(Imagem:José Maria Barros/GP1)Diretor do Sinpolpi denuncia precariedade e superlotação das celas

Para escapar, os presos retiraram a tampa do vaso sanitário, cavaram um buraco até a tubulação da fossa e pela rede de esgoto alcançaram a parte externa da Delegacia, subiram no murro que dar acesso a Escola Técnica Estadual Petrônio Portela (Premen) e fugiram.

Imagem: José Maria Barros/GP1 Presos utilizaram uma cadeira para escalar o muro(Imagem:José Maria Barros/GP1) Presos utilizaram uma cadeira para escalar o muro

Até a manhã desta segunda-feira, 16, quatro dos nove foragidos já tinham sido recapturados pelas Polícias Militar e Civil, que continuam em diligências para tentar localizar os demais.

Lennon Luz disse que os detentos recapturados estavam sujos de barro e com odor de fezes, o que facilitou o trabalho da Polícia. Um deles foi localizado próximo a rua Santo Inácio, no bairro Bomba. Dentre os recapturados estão os presos conhecidos como Pelado, Maurivan e Pelado.

Dentre os foragidos estão os detentos Hernane de Carvalho Monteiro, Francisco de Assis da Silva, vulgo Rato; Fábio Ferreira da Silva, o Júnior Cabeção; Fabrício de Oliveira Pontes, Reginaldo Pereira da Silva e Paulo Henrique Gomes Galvão, mais conhecido como Cabeludo.
A pedido do Delegado Regional de Polícia Civil de Picos Ewerton Férrer, os detentos recapturados deverão ser transferidos, provavelmente, para a Casa de Detenção Provisória “Dom Inocêncio Santana”, em São Raimundo Nonato. A notícia deixou preocupados os familiares dos presos, que na manhã desta segunda-feira, 16, acompanhados de advogados se aglomeraram em frente à Central de Flagrantes em busca de informações oficiais sobre a medida.

Imagem: José Maria Barros/GP1Buraco por onde os presos chegaram à parte externa da delegacia(Imagem:José Maria Barros/GP1)Buraco por onde os presos chegaram à parte externa da delegacia
Imagem: José Maria Barros/GP1Buraco por onde os presos fugiram(Imagem:José Maria Barros/GP1)Buraco por onde os presos fugiram


Abandono


O diretor regional do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi), Joel Joaquim dos Santos, atribuiu essas constantes fugas à falta de condições em geral da Central de Flagrantes de Picos. “Não temos contingente policial para fazer essa vigilância e nem para custodear preso numa estrutura precária e insignificante com uma superlotação”, denunciou.

Imagem: José Maria Barros/GP1Cela não tem estrutura para segurar presos(Imagem:José Maria Barros/GP1)Cela não tem estrutura para segurar presos

O sindicalista informou ainda que diante da precariedade da Central de Flagrantes e da superlotação das celas, vários ofícios já foram encaminhadas às autoridades, mas, até o momento nenhuma providência foi adotada.

Joel Santos informou que antes da fuga existiam 21 detentos em duas celas de quatro metros por quatro. Dentre os quais tem presos do Ceará e de outros estados e Comarcas que estão lá há mais de três meses e nunca receberam uma bolacha sequer para se alimentar e jamais refeições.

“Não recebem também visitas dos familiares, estão em total abandono. Comem quando os colegas dividem o pouco que recebem, então apelam pra tudo”, resumiu o diretor regional do Simpolpi Joel dos Santos, acrescentando que a delegacia não tem estrutura e nem contingente para reprimir essa prática.

Curta a página do GP1 no facebook: http://www.facebook.com/PortalGP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.