As precárias condições do Edifício Miranda Osório, sede do Curso de Direito da Uespi em Parnaíba, está forçando os alunos a deixarem o local, muitos a contragosto. Mas, para serem recebidos nas salas construídas recentemente na sede da Uespi, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, os estudantes decidiram mexer nas suas economias, pois alegam que as salas não possuem aparelhos de ar condicionado e também não têm ventilação natural suficiente.
“A situação está tão grave que, temerosos por nossa segurança, alguns alunos cogitam arrecadar dinheiro do próprio bolso”, denunciaram as alunas Natasha de Carvalho Lima, Rafaela Oliveira dos Santos e Brenda Ayane da Costa Cardoso Carvalho, em nota dirigida aos meios de comunicação de Parnaíba.
Rifa para resolver o problema
Na noite da última segunda-feira (26), a coordenadora do Curso, professora Rosário Pessoa, distribuiu formulários aos alunos para que realizem uma rifa de uma antena parabólica para que o valor arrecadado seja utilizado na compra dos aparelhos de ar condicionado. A decisão pela rifa foi tomada em deliberações feitas durante uma reunião realizada no início da noite de sexta-feira (23) com a presença de alunos, da coordenadora do curso e da diretora do Campus de Parnaíba, professora Rosineide Candeia. A preocupação com a situação do prédio e o risco de uma tragédia foram colocados em pauta pelos alunos, que exigiram uma providência da diretora e da coordenadora.
Segundo denúncia dos alunos, a falta de respostas concretas por parte da reitoria da Uespi levou os alunos e professores a realizarem “vaquinhas” ou rifas para juntar dinheiro suficiente para a compra dos aparelhos de ar condicionado.
Em entrevista concedida ao Portal GP1, a diretora do Campi de Parnaíba afirma ter encaminhado pedidos à reitoria da Uespi. “Quando a gente depende de outras coisas acaba tendo mesmo que aguardar”, disse a diretora do Campus. “Eu fui para essa reunião realizada com os alunos para a gente tratar do assunto e chegar a uma solução, o prédio está em más condições e, na reunião, um dos alunos deu essa sugestão [da compra dos aparelhos de ar condicionado] e todos os demais concordaram, se não era de acordo comum de todos então era melhor não realizar a rifa e deixar a Uespi resolver. Eu disse a eles ‘vocês são conscientes de que não tem obrigação de comprar’, eu sou a favor de eles não arcarem com isso”, destacou Rosineide.
Indagada se a diretoria do Campi de Parnaíba encaminhou solicitações de melhorias à reitoria, Rosineide confirmou. “Esses pedidos de melhoria já foram encaminhados ao reitor há muito tempo, não foram feitos nem ontem nem hoje, desde o ano passado, em dezembro, em janeiro, e conversamos com o reitor, e com o pró-reitor Raimundo Paz Sobrinho também”, enfatizou a diretora. “O reitor está ciente disso, se comprometeu com melhorias e concorda com a mudança do curso para esse prédio, que precisa passar por melhorias. Mas nem tudo depende só deles também né? É uma questão burocrática e demora um pouco”, ponderou a diretora.
Reitoria da Uespi nega solicitação de pedidos de Parnaíba
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a reitoria da Uespi. O reitor Carlos Alberto não pôde se pronunciar no momento, mas o pró-reitor de planejamento e finança, Raimundo Paz Sobrinho, falou sobre o assunto. “Não houve por parte da diretoria do Campus de Parnaíba o pedido, não tenho conhecimento desse pedido, eu não tenho conhecimento desse processo, temos pedidos vindo do [Campus] Clovis Moura, Floriano e outros, mas desse eu não tenho conhecimento”, disse o pró-reitor. “Primeiro, é preciso fazer a solicitação administrativa por parte da coordenadora do curso e da diretora do Campus. Estive com a diretora de lá este ano, conversamos, sabemos que tem que ser feitas melhorias, mas já estamos trabalhando pra isso, somente nos dois primeiros meses deste ano liberamos R$16 mil reais para lá. Claro que com esse dinheiro não se pode comprar os aparelhos de ar condicionado, mas pode consertar os que estão lá e fazerem o pedido para os novos”, completou Raimundo Sobrinho.
O pró-reitor enfatizou também ser contra a prática de compra de aparelhos e outras melhorias por parte dos acadêmicos. Ele foi diretor do Campus Clóvis Moura [Uespi do Dirceu] em Teresina de 2006 a 2010. “Fui diretor da Uespi do Dirceu e encerrei essa prática de alunos comprando aparelhos e outros objetos, isso não pode acontecer porque os alunos se sentiam donos da sala que melhoravam”, explicou Sobrinho. “Minha primeira medida foi proibir compras de ar e cadeiras, vou te dar um exemplo: tinha uma sala muito ampla que tinha sido climatizada pelos alunos, íamos atender 700 pessoas da comunidade em um evento e os alunos não queriam deixar utilizar a sala, mas a sala é de todos e deixaríamos de atender a comunidade por conta dos 10 ou 15 alunos, que passam a se sentirem donos da sala”, argumentou o pró-reitor.
Ao final da entrevista, Raimundo Sobrinho enfatizou mais uma vez que não recebeu solicitações por parte do Campus de Parnaíba e ressaltou: “Volto a repetir, não comungamos, não concordamos com essa compra, com essa prática”, finalizou.
Más condições e mudança de local
Embora os acadêmicos de direito considerem o Edifício Miranda Osório o mais apropriado para o funcionamento do curso de Direito, pela sua importância histórica, arquitetônica e localização, os alunos aceitaram, finalmente, a mudança argumentando que o fazem por falta de atenção do Governo do Estado e da Uespi com o local. “A instalação elétrica está condenada, uma sala está interditada porque os ventiladores queimaram; uma estudante ao sentar em uma cadeira durante a aula acabou por afundar no chão de madeira por conta de buracos abertos; tábuas estão se soltando, tanto do teto quanto do assoalho”, disse uma das alunas. “Já não temos mais água gelada para beber, pois o motor do bebedouro não funciona, assim como o uso de data shows está sendo bastante dificultado pois um deles queimou e o outro está em conserto”, denunciaram as estudantesNatasha, Rafaela e Brenda Ayane.
As acadêmicas finalizaram a nota à imprensa dizendo: “Esperamos que essa denúncia da nossa situação sensibilize a sociedade parnaibana das nossas condições e do perigo iminente de estarmos estudando em um ambiente tão decadente. Nos ajude nessa luta!”.
Com colaboração do jornalista Francisco Carvalho
“A situação está tão grave que, temerosos por nossa segurança, alguns alunos cogitam arrecadar dinheiro do próprio bolso”, denunciaram as alunas Natasha de Carvalho Lima, Rafaela Oliveira dos Santos e Brenda Ayane da Costa Cardoso Carvalho, em nota dirigida aos meios de comunicação de Parnaíba.
Imagem: DivulgaçãoEstudantes denunciam descaso
Rifa para resolver o problema
Na noite da última segunda-feira (26), a coordenadora do Curso, professora Rosário Pessoa, distribuiu formulários aos alunos para que realizem uma rifa de uma antena parabólica para que o valor arrecadado seja utilizado na compra dos aparelhos de ar condicionado. A decisão pela rifa foi tomada em deliberações feitas durante uma reunião realizada no início da noite de sexta-feira (23) com a presença de alunos, da coordenadora do curso e da diretora do Campus de Parnaíba, professora Rosineide Candeia. A preocupação com a situação do prédio e o risco de uma tragédia foram colocados em pauta pelos alunos, que exigiram uma providência da diretora e da coordenadora.
Segundo denúncia dos alunos, a falta de respostas concretas por parte da reitoria da Uespi levou os alunos e professores a realizarem “vaquinhas” ou rifas para juntar dinheiro suficiente para a compra dos aparelhos de ar condicionado.
Em entrevista concedida ao Portal GP1, a diretora do Campi de Parnaíba afirma ter encaminhado pedidos à reitoria da Uespi. “Quando a gente depende de outras coisas acaba tendo mesmo que aguardar”, disse a diretora do Campus. “Eu fui para essa reunião realizada com os alunos para a gente tratar do assunto e chegar a uma solução, o prédio está em más condições e, na reunião, um dos alunos deu essa sugestão [da compra dos aparelhos de ar condicionado] e todos os demais concordaram, se não era de acordo comum de todos então era melhor não realizar a rifa e deixar a Uespi resolver. Eu disse a eles ‘vocês são conscientes de que não tem obrigação de comprar’, eu sou a favor de eles não arcarem com isso”, destacou Rosineide.
Imagem: DivulgaçãoAlunos estudam em condições precárias
Indagada se a diretoria do Campi de Parnaíba encaminhou solicitações de melhorias à reitoria, Rosineide confirmou. “Esses pedidos de melhoria já foram encaminhados ao reitor há muito tempo, não foram feitos nem ontem nem hoje, desde o ano passado, em dezembro, em janeiro, e conversamos com o reitor, e com o pró-reitor Raimundo Paz Sobrinho também”, enfatizou a diretora. “O reitor está ciente disso, se comprometeu com melhorias e concorda com a mudança do curso para esse prédio, que precisa passar por melhorias. Mas nem tudo depende só deles também né? É uma questão burocrática e demora um pouco”, ponderou a diretora.
Reitoria da Uespi nega solicitação de pedidos de Parnaíba
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a reitoria da Uespi. O reitor Carlos Alberto não pôde se pronunciar no momento, mas o pró-reitor de planejamento e finança, Raimundo Paz Sobrinho, falou sobre o assunto. “Não houve por parte da diretoria do Campus de Parnaíba o pedido, não tenho conhecimento desse pedido, eu não tenho conhecimento desse processo, temos pedidos vindo do [Campus] Clovis Moura, Floriano e outros, mas desse eu não tenho conhecimento”, disse o pró-reitor. “Primeiro, é preciso fazer a solicitação administrativa por parte da coordenadora do curso e da diretora do Campus. Estive com a diretora de lá este ano, conversamos, sabemos que tem que ser feitas melhorias, mas já estamos trabalhando pra isso, somente nos dois primeiros meses deste ano liberamos R$16 mil reais para lá. Claro que com esse dinheiro não se pode comprar os aparelhos de ar condicionado, mas pode consertar os que estão lá e fazerem o pedido para os novos”, completou Raimundo Sobrinho.
O pró-reitor enfatizou também ser contra a prática de compra de aparelhos e outras melhorias por parte dos acadêmicos. Ele foi diretor do Campus Clóvis Moura [Uespi do Dirceu] em Teresina de 2006 a 2010. “Fui diretor da Uespi do Dirceu e encerrei essa prática de alunos comprando aparelhos e outros objetos, isso não pode acontecer porque os alunos se sentiam donos da sala que melhoravam”, explicou Sobrinho. “Minha primeira medida foi proibir compras de ar e cadeiras, vou te dar um exemplo: tinha uma sala muito ampla que tinha sido climatizada pelos alunos, íamos atender 700 pessoas da comunidade em um evento e os alunos não queriam deixar utilizar a sala, mas a sala é de todos e deixaríamos de atender a comunidade por conta dos 10 ou 15 alunos, que passam a se sentirem donos da sala”, argumentou o pró-reitor.
Ao final da entrevista, Raimundo Sobrinho enfatizou mais uma vez que não recebeu solicitações por parte do Campus de Parnaíba e ressaltou: “Volto a repetir, não comungamos, não concordamos com essa compra, com essa prática”, finalizou.
Más condições e mudança de local
Embora os acadêmicos de direito considerem o Edifício Miranda Osório o mais apropriado para o funcionamento do curso de Direito, pela sua importância histórica, arquitetônica e localização, os alunos aceitaram, finalmente, a mudança argumentando que o fazem por falta de atenção do Governo do Estado e da Uespi com o local. “A instalação elétrica está condenada, uma sala está interditada porque os ventiladores queimaram; uma estudante ao sentar em uma cadeira durante a aula acabou por afundar no chão de madeira por conta de buracos abertos; tábuas estão se soltando, tanto do teto quanto do assoalho”, disse uma das alunas. “Já não temos mais água gelada para beber, pois o motor do bebedouro não funciona, assim como o uso de data shows está sendo bastante dificultado pois um deles queimou e o outro está em conserto”, denunciaram as estudantesNatasha, Rafaela e Brenda Ayane.
As acadêmicas finalizaram a nota à imprensa dizendo: “Esperamos que essa denúncia da nossa situação sensibilize a sociedade parnaibana das nossas condições e do perigo iminente de estarmos estudando em um ambiente tão decadente. Nos ajude nessa luta!”.
Com colaboração do jornalista Francisco Carvalho
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