O juiz Múccio Miguel Meira, da 3ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, determinou a soltura de Israel Boanerges Ribeiro de Sousa, acusado de envolvimento no assassinato da blogueira Samynha Silva, morta no dia 1º de outubro de 2023, na Avenida João XXIII, zona leste da capital. A decisão foi proferida no dia 26 de fevereiro.
A defesa de Israel Boanerges havia solicitado a revogação ou relaxamento da prisão preventiva, pedindo, caso fosse necessário, a aplicação de medidas alternativas à detenção. O Ministério Público, por sua vez, se manifestou contra a soltura do acusado, argumentando que a prisão era necessária para garantir a ordem pública, considerando a gravidade do crime e a necessidade de assegurar o andamento da investigação e do processo.

Na decisão, o juiz destacou que, com base nas provas já apresentadas, não há indícios consistentes que comprovem de forma clara e direta a participação de Israel Boanerges no homicídio, tornando desnecessária sua manutenção na prisão para garantir a instrução do processo.
O magistrado também considerou que, apesar de o acusado ter sido identificado na cena anterior ao crime, não foram encontrados outros elementos que comprovem seu envolvimento direto no assassinato da blogueira. Diante da fragilidade das provas e da ausência de fundamentos sólidos para a manutenção da prisão, o magistrado optou pela substituição da preventiva por medidas cautelares.
Entre as medidas impostas estão o recolhimento domiciliar durante a noite e nos dias de folga, a proibição de frequentar bares e locais associados à venda de bebidas alcoólicas ou ao tráfico de drogas, além da obrigação de comparecer a todos os atos processuais quando intimado. O descumprimento de qualquer das condições pode levar a nova decretação da prisão preventiva, segundo a decisão judicial.
Relembre o caso
A blogueira Samynha Silva foi perseguida ao sair do Eldorado Country Club, no bairro São João, zona leste de Teresina. Ao chegar na altura do restaurante Toca do Bode, já na Avenida João XXIII, ela foi executada com cerca de cinco tiros.
O inquérito policial que investigou o crime apontou que o envolvimento de Samynha com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi o estopim para que ela recebesse o decreto de morte pelo Tribunal do Crime do Bonde dos 40. Em um grupo de Whatsapp, seus executores decidiram assassiná-la.
Morte do mandante do crime
Herbertt Isaque Rosendo Lima, apontado como o mandante do assassinato da blogueira, foi preso por uma equipe do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Ele morreu na sede da unidade policial em decorrência de um infarto, logo após prestar depoimento às autoridades.
Na época, o coordenador do DRACO, delegado Charles Pessoa, afirmou que o indivíduo era considerado uma das figuras mais importantes na facção Bonde dos 40.
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