Cerca de 120 famílias voltaram a ocupar um terreno no Parque Universitário, zona leste de Teresina, após serem despejados no final do de janeiro. A ocupação intitulada Marielle Franco foi reativada na semana passada, com apoio do movimento OPA – Organização do Poder Popular.
A desapropriação feita pela Polícia Militar seguiu determinação da 5ª Vara Cível da Comarca de Teresina, em atendimento a pedido da Cooperativa Mista dos Avicultores do Piauí (Coave), que alega ser proprietária do terreno.
O GP1 esteve no local e conversou com uma das moradoras, Maria dos Milagres, que informou como tudo aconteceu desde que as famílias foram despejadas. “A gente retornou porque as famílias necessitam de moradia, essa terra estava abandonada há muitos anos, uma área que servia para desmanche de motos e para homens covardes que se escondiam no mato para atacar as mulheres”, afirmou.
Os moradores argumentam que a área em questão não pertence a Coave, e sim ao Município de Teresina. “Aqui era um matagal, um lixão e a gente foi atrás de provas e conseguiu o mapeamento do terreno, onde consta que aqui não é dos avicultores. Essa terra é da Prefeitura de Teresina, então, se é da prefeitura, é do povo, porque consta na Constituição que o povo tem direito à moradia”, frisou Maria dos Milagres.
Segundo a moradora, a representante legal da Coave já se dirigiu ao terreno após o retorno das famílias, mas não conseguiu retirá-los do local. “Ela veio no dia que a gente voltou, acompanhada de uma viatura da polícia, como sempre, e a gente resistiu, mostramos o mapa, e o comandante que estava na operação fez uma ligação e disse para ela não havia o que fazer e se retiraram”, completou.
Outro lado
Nenhum representante da Coave foi localizado para comentar o caso. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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