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Teresina - Piauí

Moradores fecham Avenida Presidente Kennedy após reintegração de posse em Teresina

Cerca de 85 famílias, totalizando 135 pessoas, viviam na ocupação Marielle Franco, na zona leste.

Moradores da ocupação Marielle Franco, localizada no bairro Socopo, zona leste de Teresina, bloquearam trecho da Avenida Presidente Kennedy na manhã desta quinta-feira (30), em protesto contra a reintegração de posse do terreno que ocupavam há cerca de quatro meses. Cerca de 85 famílias, totalizando 135 pessoas, viviam no local. Eles queimaram pedaços de madeira e lixo impedindo o trânsito na região.

A desapropriação foi realizada no início da manhã por equipes da Polícia Militar do Piauí, conforme determinação da 5ª Vara Cível da Comarca de Teresina, que ordenou o despejo atendendo a pedido da Cooperativa Mista dos Avicultores do Piauí (Coave), que alega ser proprietária da área.


A dona de casa Josenilda Alves afirmou que a desocupação do terreno iniciou nas primeiras horas da manhã e não ocorreu de maneira pacífica. “Não foi tranquilo, a gente perdeu tudo, as telhas, nossas coisas, o trator quase mata um rapaz que estava tirando as telhas, derrubou a casa, não foi tranquilo. Só disseram para a gente sair com as crianças. Não tiramos nada de casa”, disse.

Foto: Lucas Dias/GP1Josenilda Alves
Josenilda Alves

Davi Araújo, que também morava no local, contestou a determinação da reintegração de posse. “São pessoas que pagam aluguel, que moram de favor em outras casas e que estão procurando uma moradia digna e precisam, sim, de estar no local. Certas pessoas dizem que o dono tem a documentação do terreno, isso não é verídico, porque ele só tem cinquenta metros quadrados, e ele desapropriou toda a terra, tirando todos os moradores, que precisam de uma moradia digna”, ressaltou.

O que diz a PM

A reintegração de posse ocorreu sob comando do major Mábio, da Coordenadoria de Direitos Humanos e Mediação de Conflitos da Polícia Militar. Ele afirmou que a desocupação se deu de maneira pacífica e que todos os moradores já estavam cientes de que o despejo poderia acontecer a qualquer momento.

Foto: Lucas Dias/GP1Major Mábio
Major Mábio

“A nossa primeira visita, acompanhada do oficial de justiça, foi para informar os ocupantes da decisão judicial e fazer um estudo técnico da área ocupada. No mês de dezembro do ano passado, estivemos aqui para fazer a reintegração, mas como não teve os meios necessários, não foi realizada, aí foi feito um novo estudo de situação, um novo estudo técnico, foi informado novamente, a decisão judicial foi entregue para todos eles, pediram que saíssem voluntariamente, pacificamente, porque a partir daquele momento a gente poderia retornar para executar a ordem judicial, então foi isso que aconteceu”, concluiu.

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