A GO2B acusa a atual administração dos Correios de fraudar sinistros com seguradoras a fim de encobrir calotes em contratos de prestação de serviços, de acordo com a denunciante, os desvios causaram um prejuízo de R$ 387 milhões à transportadora. A empresa está em recuperação judicial e busca reaver judicialmente o valor, através de uma ação que está em tramitação na 9ª Vara Federal de Brasília.
Contudo, os Correios afirmaram que a transportadora demonstrou sinais de que não teria condições de pagar suas dívidas desde agosto de 2023, quando começou a atrasar salários e benefícios trabalhistas. A estatal defende que seguiu rigorosamente a legislação vigente e os termos contratuais, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, alegando que não recebeu os valores acordados nos contratos, bem como foi injustamente penalizada em processos administrativos por não execução dos serviços. Os Correios teriam ainda acionado seguros de garantia no valor de R$ 23,7 milhões, destinados a cobrir perdas em caso de descumprimento contratual, o que segundo a transportadora, é uma prática que configura fraude, pois a interrupção dos serviços foi consequência da inadimplência dos Correios, que não teriam o direito de acionar as apólices de seguro. A GO2B diz também que os constantes calotes a impediram de honrar compromissos com funcionários e fornecedores, forçando a paralisação dos trabalhos de tratamento de cargas.
Com o pagamento dos sinistros, os Correios foram indenizados por problemas causados pela própria gestão da estatal, que não fez os repasses necessários para custear os serviços terceirizados, ocultando ainda essas informações das seguradoras. A empresa ressaltou ainda que 80% das faturas em atraso são referentes a serviços já concluídos e atestados.
A empresa ainda tentou suspender os contratos judicialmente devido à inadimplência, mas foi impedida por medida cautelar, sendo obrigada a manter vínculos trabalhistas com funcionários que ela pretendia dispensar, até que os Correios romperam os contratos unilateralmente. Em junho passado, a transportadora acumulou mais de 6 mil processos na Justiça do Trabalho, a maior parte decorrente da falta de pagamento de salários, benefícios e verbas rescisórias.
Os Correios negaram a retenção do faturamento e afirmaram ter regularizado os pagamentos atrasados aos funcionários. Contudo, a GO2B afirmou que a abertura dos processos administrativos coincide com o período em que passou a cobrar os pagamentos em atraso, assim as punições foram uma forma de retaliação e impuseram sanções desproporcionais, com objetivo de aplicar multas elevadas para reduzir o montante da dívida, onde uma delas resultou em sanção de R$ 780 mil, por causa de um débito inferior a R$ 6 mil.
A transportadora, que chegou a contar com cerca de 4 mil funcionários e operava em 12 estados, foi citada em relatórios dos Correios como um dos motivos para o não cumprimento de metas. Em um desses relatórios, referente ao primeiro trimestre de 2024, a estatal justificou atrasos na entrega de encomendas ao dizer que o aumento de carga e a falta de efetivo contratado pela GO2B haviam comprometido os resultados.
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