A Academia Piauiense de Letras (APL) realizou sessão nesse sábado (28) para celebrar o cordel, gênero de poesia narrativa próprio da literatura brasileira. No evento, Francisco Almeida, advogado-geral da União e cordelista, lançou uma nova obra: “Peleja entre o velho e o novo para animação do povo”.
Em conversa com o GP1, o advogado aposentado falou sobre seu início na literatura de cordel, após longa carreira em cargos na área do Direito. Segundo ele, tudo começou com um longo cordel falando sobre a história da própria família.
“Eu me aposentei como advogado-geral da União e, então, há 14 anos fiz um cordel bem grande, que deu um livro, falando da história de meu irmão que completava 50 anos. Daí, a AGU completou 18 anos e pediram sugestões de homenagem e muitos fizeram artigos, enquanto eu fiz um cordel e me chamaram lá para celebrar. Daí pronto, disparei e já publiquei mais de 200 cordéis”, contou Francisco Almeida.
A respeito do mercado editorial no Piauí, o cordelista garante que não há como tirar sustento através das publicações desse gênero literário em específico no estado.
“É difícil viu...o violeiro vem aqui hoje, por exemplo, e a gente dá um cachêzinho pra ele, mas é muito difícil, só quando gosta mesmo, porque é difícil ganhar dinheiro com isso. Em outros estados tem rodas de corda com cachê e tudo mais, mas aqui no Piauí não costumam pagar cachê para cordelista”, ressaltou Francisco.
No fim, Francisco Almeida recitou três singelos versos.
“Não ame pela beleza, porque ela desfalece
Não ame pelo dinheiro, ele jamais enobrece
Ame livre de interesse, amor assim não perece”
Academia Piauiense de Letras
A APL realiza sessões às 10h da manhã, todos os sábados, com temas diferentes e lançamentos de diversos autores piauienses. O espaço é aberto ao público.
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