A arqueóloga, pesquisadora e principal fundadora do Parque Nacional Serra da Capivara, Niède Guidon, recebeu nesta quarta-feira (10), o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). A solenidade foi realizada na cidade de São Raimundo Nonato, Sul do Piauí.
Essa é a maior honraria dos segmentos honoríficos da instituição, concedidos às pessoas que prestaram contribuições significativas à universidade. No caso de Niède, as pesquisas arqueológicas realizadas no Piauí. Ela é a responsável pela descoberta de mais de 800 sítios pré-históricos, o que provocou uma “revolução” sobre as teorias tradicionais relativas ao assentamento humano nas Américas.
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Para a historiadora, a honraria não reflete apenas as contribuições que ela deu aos estudos pré-históricos, mas sim ao próprio ser humano, objeto de seus estudos. “É uma gentileza receber este reconhecimento pelo meu trabalho, mas quem realmente merece isso é o homem pré-histórico, que deixou esse patrimônio fantástico na região da Serra da Capivara. Ainda há muitas áreas a serem completamente pesquisadas e um número fantástico de sítios arqueológicos a serem explorados”, afirmou Niède Guidon.
Segundo o reitor da UFPI, Gildáso Guedes, a concessão do título de Doutora Honoris Causa à pesquisadora e arqueóloga é marcante na história da instituição. “Eu me sinto muito feliz em participar deste momento histórico. É a UFPI fazendo mais uma vez história no Piauí. Este é um momento de preservar, reconstruir e construir o conhecimento aqui aplicado e o legado da doutora Niède. Estamos mostrando um trabalho científico, para que as pesquisas sejam ainda mais reconhecidas, agora no âmbito da universidade, através da concessão deste título”, pronunciou o reitor.
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Estudo sobre a chegada do homem nas Américas
A partir dos levantamentos realizados por Niède Guidon em escavações arqueológicas no Parque Nacional Serra da Capivara, foi levantada a hipótese de que os humanos chegaram ao continente americano pela África, há cerca de 100 mil anos.
Essa descoberta fez com que a teoria centrada na visão norte-americana fosse posta de lado. Nesse caso, era colocado que o homem chegou nas Américas pela Ásia há cerca de 13 mil anos, passando pelo Estreito de Bering.
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