Desde que começou a operar em Teresina, em março de 2018, o sistema de integração do transporte público – Inthegra, inseriu na cidade oito terminais e dezenas de estações, todas bem equipadas para que a população aguardasse a chegada do ônibus com segurança e conforto. Passados mais de seis anos, a realidade hoje é de um sistema deficitário, com uma frota que não contempla a demanda dos teresinenses, somada a total destruição das estações espalhadas pela cidade.
Inauguradas ainda em 2017, as estações eram equipadas com portas de vidro, cadeiras, climatizadores e um mapa do itinerário dos ônibus. Hoje, a maioria desses pontos estão totalmente desfigurados, restando apenas a estrutura básica.
Os terminais deixaram de operar após a pandemia, e, com o advento da gestão do prefeito Dr. Pessoa (PRD), o sistema implantado pelo então prefeito Firmino Filho, aos poucos, foi deixando de operar, fazendo escoar pelo ralo investimentos na ordem de R$ 776 milhões, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI).
Falta de estrutura e segurança
O mais grave que se vê nas estações de ônibus são os vidros quebrados. Além dos estilhaços dentro e fora dos pontos, há locais em que portas inteiras foram sacadas e estão apenas encostadas, apresentando um risco iminente de cair sobre uma pessoa, que pode ser uma criança ou idoso. À noite, a situação se agrava nas estações em que não há iluminação, onde também se instala o perigo de ações criminosas para quem espera seu transporte.
Essa preocupação aflige a dona Maria Goreth, funcionária pública. “A gente se sente mal. Além da insegurança, o ônibus demora demais, agora há pouco eu estava sozinha aqui e com medo. Tem umas estações onde a maioria dos vidros estão quebrados”, ressaltou.
O quadro atual é fruto do abandono da administração municipal e, consequentemente, da ação de vândalos e criminosos que, eventualmente, praticam furtos no local, como afirma a professora Ana Célia.
“Me sinto insegura, essa estrutura não oferece nem um pouco de proteção e comodidade para nós, passageiros, que precisamos pegar ônibus. Não existe segurança, por conta do vandalismo, está tudo depredado”, frisou Ana Célia.
O que diz a Strans
Procurada pelo GP1, a assessoria da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) disse que não irá se pronunciar.
Futuro
Considerando que restam apenas oito dias para o fim da gestão de Dr. Pessoa, o que, em termos práticos, inviabiliza ações de longo prazo para resolver a situação, a população agora olha para a futura administração, do prefeito eleito Sílvio Mendes (União Brasil). Recentemente, ele anunciou uma série de medidas, entre elas a construção de novos pontos de ônibus e a reforma e revitalização das estações.
Além disso, Sílvio Mendes também se reuniu com os empresários do transporte público, e um dos temas principais da reunião foi a frota de ônibus, que, atualmente, está em 240. Os gestores buscam saber quantos veículos são necessários hoje para suprir a demanda da população.
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