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Teresina - Piauí

Empresários viram réus por usar nome da Agespisa para aplicar golpes

A denúncia foi recebida no dia 11 de julho deste ano pelo juiz João Manoel de Moura Ayres.

Os empresários Alisson Alencar Jorge, dono da JJ Veículos e Wanderson Fernandes Lima Negreiros, dono da WFL Negreiros Veículos, além de Raimundo Lopes Bezerra Filho, Carlos Eduardo Monteiro e Danilo Ferreira e Silva viraram réus na Justiça pelos crimes de estelionato e associação criminosa.

O grupo utilizava o nome da Agespisa para aplicar golpes. A denúncia foi recebida no dia 11 de julho deste ano pelo juiz João Manoel de Moura Ayres, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina.

Foto: GP1Alisson Alencar, Carlos Eduardo e Danilo Ferreira
Alisson Alencar, Carlos Eduardo e Danilo Ferreira

Ao receber a denúncia, o magistrado destacou que ela “traz a qualificação dos denunciados e a narrativa clara da conduta criminosa de cada um, com as circunstâncias necessárias ao conhecimento de sua extensão e ao exercício do direito de defesa”.

Denúncia

Segundo a denúncia, as vítimas eram atraídas mediante promessa de emprego na Agespisa para exercer o serviço de motorista por meio período, e acabavam fornecendo seus dados pessoais “Por meio desse ardil e com a posse dos dados pessoais das vítimas, os criminosos iniciavam processo de financiamento de veículo com a participação da empresa de venda de veículos denominada WFL Negreiros Veículos, sediada em Fortaleza-CE, sendo necessária, para a finalização do golpe, a coleta de biometria facial das pessoas ludibriadas, esta adquirida presencialmente sob o falso argumento de cadastro junto ao RH da empresa e contatação de seguro do veículo a ser utilizado pela vítima no suposto emprego”, apontou o promotor de Justiça, Marcelo de Jesus Monteiro Araújo.

Como atuavam os denunciados

Carlos Eduardo Monteiro – segundo o Ministério Público, atuava como recrutador, informando as vítimas acerca da existência de vagas de emprego para exercício da função de motorista e repassando seus contatos para a pessoa de Danilo Ferreira e Silva, obtendo vantagem econômica sobre cada pessoa indicada.

Danilo Ferreira e Silva – era responsável pela coleta de dados e da biometria facial dos aliciados, acompanhado de Raimundo Lopes Bezerra Filho.

Raimundo Lopes Bezerra Filho – coletava os dados pessoais da vítima, além de ser casado com uma funcionária da Agespisa, “o que dava mais credibilidade à ação criminosa, levando as vítimas ao erro em achar que estavam conseguindo emprego em órgão público como motoristas”.

Alisson Alencar Jorge – narra a denúncia que o acusado possuía um CNPJ (JJ Veículos) que era utilizado para reunir os cadastros forjados por Danilo Ferreira e apresentá-los a empresa financeira, dando aparência de negócio lícito ao esquema criminoso.

Wanderson Fernandes Lima Negreiros – dono da WFL Negreiros Veículos, responsável por intermediar os financiamentos fraudulentos.

Autoria comprovada e materialidade indicada, com base no conjunto probatório angariado no bojo do IP nº 10917/2022, todos os requisitos do crime de organização criminosa estão devidamente cumpridos, já que os autores integram organização estratificada e organizada, com divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagem por meio da prática de infrações penais.

Quantidade de vítimas

O promotor Marcelo de Jesus Monteiro ressalta na denúncia que, até o momento, foi comprovada a existência de seis vítimas do esquema criminoso, entretanto, após a divulgação do caso da mídia, ouras pessoas procuraram polícia para denunciar o grupo.

“O grupo criminoso organizou-se com a finalidade de obter vantagem através de financiamento fraudulento, induzindo terceiros em erro mediante meio fraudulento. No caso em tela, verifica-se a presença de pelo menos 6 vítimas. Contudo, a autoridade policial pontuou que após a divulgação do caso pela mídia, diversas pessoas procuraram a polícia com o fim de relatar casos semelhantes. Pontua que visando não conturbar o andamento da investigação, tais notícias de crime estão sendo investigadas em inquéritos próprios”, frisou o representante do Ministério Público.

Diante disso, o promotor pediu a condenação dos cinco denunciados pelos crimes de organização criminosa e estelionato.

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