Conhecido nacionalmente após receber uma 'pizza fake' ao tentar aplicar golpe do Pix falso, Paulo Vitor de Jesus Rodrigues foi condenado a 11 anos e oito meses de reclusão em regime fechado, pelos crimes de estelionato por fraude eletrônica consumada e por estelionato por fraude eletrônica tentada. A sentença, proferida pela juíza Lisabete Maria Marchetti, da 7ª Vara Criminal de Teresina, é do dia 18 de dezembro de 2023.
A decisão é baseada em inquérito policial que ajudou a formular a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI), em 20 de junho de 2023, que pediu condenação de Paulo Vitor pelos crimes de estelionato por fraude eletrônica. Nessa questão, o representante ministerial alegou a materialidade do delito praticado por Paulo Vitor através de comprovantes de transferência bancária, quebra de sigilo telemático e boletins de ocorrência registrados pelas vítimas.
Ao todo, pelo menos oito pessoas e oito empresas que sofreram golpe de Paulo Vitor registraram boletim de ocorrência, junto à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). No dia 30 de maio de 2023, a Polícia Civil do Piauí deu cumprimento a prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar e extração de dados telefônicos contra o golpista, resultado das denúncias feitas pelas vítimas.
Modus operandi
Baseado no relato das vítimas e confissão da Paulo Vitor, o GP1 levantou o procedimento adotado por ele para aplicar diversos golpes nas redes sociais. No primeiro momento, ele criava perfis falsos de uma loja de construção no Facebook e MarketPlace. A partir daí, ele anunciava a venda de produtos abaixo do preço de mercado, em uma forma de atrais possíveis “clientes”.
Encantados com o preço oferecido pela suposta loja, as vítimas realizavam pedidos e enviavam o valor para a conta bancária de Paulo Vitor de Jesus Rodrigues. Após o pedido ser realizado, ele entrava em contato com a verdadeira loja e efetuava o pedido solicitado pelo cliente enganado, indicando o endereço para entrega e que o pagamento seria feito em espécie.
No momento da entrega, a vítima era surpreendida com a nova cobrança, momento em que loja e cliente percebiam que haviam caído em golpe, já que eles ainda mostravam comprovante de pagamento do material, só que em nome do golpista. Entre as lojas que Paulo Vitor fingia ser, estão: Casa das Tábuas, Torres Construção e Kaiçara Construções.
Manifestação em juízo
Tendo confessado o crime durante interrogatório, Paulo Vitor também se manifestou em juízo sobre os golpes. Durante audiência, ele afirmou que a ideia surgiu após a vizinha sofrer prejuízo semelhante. O golpista ainda afirmou que estava desempregado e com a mulher grávida, e em uma atitude desesperada, deu início à prática delituosa.
Com o dinheiro dos golpes, ele ainda destacou que comprou fraldas, alimentos, roupas e material para casa, pois estava passando por necessidade financeira.
Pizza fake
Em julho de 2022, Paulo Vitor ficou conhecido nacionalmente, após o vídeo em que o proprietário da pizzaria e pastelaria Delícias Pastéis, Robson Coelho, envia uma pizza recheada com terra e com um brinquedo erótico em cima, acompanhado de um refrigerante misturado com suco.
A reação do empresário se deu após ele perceber que Paulo Vitor tentou aplicar um golpe enviando um pix falso. O vídeo, registrado por funcionários do estabelecimento, repercutiu nas redes sociais de todo país.
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