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São João da Canabrava - Piauí

Acusada de mandar matar marido em São João da Canabrava revela detalhes do crime

Cristina Maria de Sousa Morais está presa temporariamente e prestou depoimento à Polícia Civil.

O GP1 teve acesso à íntegra do depoimento de Cristina Maria de Sousa Morais, que está presa sob suspeita de mandar matar o próprio marido, o agricultor Lindomar Alves Sobrinho, de 46 anos, crime ocorrido no dia 16 de abril, no município de São João da Canabrava. Durante a oitiva conduzida pela delegada Francineide Fontes, da Polícia Civil do Piauí, ela nega participação no homicídio e afirma que seu cunhado e seu sobrinho são os verdadeiros culpados pela morte do esposo.

Cristina Maria teve a prisão temporária decretada no dia 5 de maio pela juíza Nilcimar Rodrigues de Araújo Carvalho, da 5ª Vara da Comarca de Picos. Ela foi presa juntamente com o filho, Elivelton de Sousa Morais, e o genro, Ray Ferreira de Araújo, todos eles suspeitos de envolvimento no assassinato de Lindomar Sobrinho.


Foto: ReproduçãoCristina Maria de Sousa Morais
Cristina Maria de Sousa Morais

A Polícia Civil solicitou a prisão dos três acusados depois que eles apresentaram informações controversas. Lindomar foi assassinado a tiros por homens armados em sua própria residência, na presença de Cristina Maria.

Inicialmente, a esposa afirmou não ter reconhecido os criminosos, pois estavam encapuzados. No entanto, durante o depoimento prestado à autoridade policial, ela mudou sua versão e revelou os nomes do cunhado, Petrônio Josué de Sousa, e do sobrinho, Francisco Petrônio de Sousa. Segundo ela, pai e filho seriam os responsáveis pelo assassinato de seu esposo.

Quem matou Lindomar?

Cristina Maria foi enfática em sua declaração à autoridade policial, afirmando que os autores do crime são seu cunhado (Petrônio) e seu sobrinho (Francisco). "Quem matou meu esposo foi meu cunhado e meu sobrinho", afirmou.

Questionada sobre o motivo pelo qual não indicou os nomes dos suspeitos inicialmente, ela disse que estava sendo ameaçada. "Naquele momento, eles me ameaçaram e disseram que me matariam se eu falasse quem eram eles. Eu estava nervosa, traumatizada por causa dos remédios, com medo. Eles me ameaçaram. Essa é a questão, eles disseram que me matariam se eu falasse", relatou a viúva.

Motivação

A esposa da vítima também foi questionada sobre a possível motivação por trás do assassinato. Ela explicou que seu cunhado, Petrônio, havia se desentendido com Lindomar devido a uma casa que ela havia construído. Essa casa era parte de uma herança de sua família.

"Houve uma discussão entre ele [Petrônio] e meu marido há algum tempo, relacionada a uma casa que eu construí. Esse meu cunhado [Petrônio] disse a ele [Lindomar] que ele não tinha nada a ver com a casa, que era uma herança, que minha mãe me deu um pedaço de terra em vida para eu construir essa casinha nos fundos da casa dela", detalhou Cristina Maria.

O crime

Cristina Maria descreveu detalhes da madrugada em que o crime ocorreu. "Meu marido saiu para fora e foi abordado lá fora. Eu estava lá dentro, no meu quarto, na minha cama, e ouvi os tiros. Eu não sei quem atirou e quem não atirou, só sei que ouvi os tiros. Mas não sei qual deles foi", explicou ela.

Ela contou que estava dentro do quarto e, ao ouvir os tiros, saiu correndo, sendo abordada por um homem, que ela identificou como Petrônio. "Um deles ficou com ele [Lindomar] lá fora, e um homem me levou para dentro. Foi o Petrônio. Eu fiquei lá dentro gritando", narrou.

A esposa disse ainda que os bandidos estavam com os rostos cobertos. "Tava tipo com uns panos, não era aquela máscara de verdade, era tipo uns panos", explicou. Questionada se havia reconhecido os homens pela voz, ela apenas acenou positivamente com a cabeça.

Negou ser mandante do crime

A esposa negou ter mandado assassinar Lindomar Sobrinho. “Não, isso aí eu não faria, porque eu amava muito ele, gostava muito dele. Deixei meus filhos para morar com ele. Eu não faria isso, não tinha coragem de fazer isso”, ressaltou.

Ela também foi indagada se os filhos, Elivelton e Irislane, tinham algum problema com seu esposo, e negou tal possibilidade. “Era todo mundo de boa”, frisou.

Cristina Maria disse ainda que os criminosos não levaram bens de valor. “A chave da moto estava na moto e a do carro estava no carro. Não [levaram], amanheceram tudo nos veículos”, pontuou.

Filho indica participação de mais duas pessoas

Elivelton de Sousa Morais, filho de Cristina Maria, que também foi preso, prestou depoimento e reforçou a versão da mãe, de que Petrônio e Francisco seriam os verdadeiros autores do crime. Ele indicou ainda a participação de mais dois homens: Jackson Nunes Alves, e outro não identificado.

O filho de Cristina negou ter matado Lindomar, e disse os nomes daqueles que teriam cometido o crime. “Petrônio, Francisco e Jack [Jackson]. Petrônio é tio meu, casado com uma tia minha. Francisco é filho dele. Jack é um parente deles. Teve outro, mas não conheci”, relatou.

No dia do crime

Segundo Elivelton, poucas horas antes do crime, ele foi procurado por Petrônio, Francisco, Jackson e o quarto não identificado. Eles teriam dito que iriam roubar Lindomar. “No dia do acontecido estava dormindo em casa com minha irmã e Irislane e o marido dela, Ray. Me chamaram lá fora de madrugada, antes do acontecido, eu acordei, os quatro,Petrônio, Francisco, Jack e o outro. Eles falaram ‘nós vamos roubar ele’. Eu falei ‘rapaz, vocês deixem isso aí de mão’, e ficaram me intimidando com as armas, eles estavam armados, só dois, o Francisco e esse outro que eu não conheci. Foi só isso, e eles saíram. Quando foi quatro horas da madrugada uma colega nossa ligou dizendo que tinha acontecido isso. E eles disseram que se eu abrisse a boca eles viam e matavam nós. Eles chegaram de moto”, detalhou.

Por que não avisou a mãe?

Questionado pela autoridade policial do porquê de não ter avisado a mãe que os criminosos iriam roubar o padrasto, Elivelton disse ter ficado com medo das ameaças. “Eles disseram que seu eu caçasse meio de abrir a boca eles iam matar ela”, declarou.

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