Brunno Suênio
A Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil do Piauí divulgou nesta quinta-feira (09) o laudo pericial da explosão que atingiu o Vasto Restaurante no dia 21 de dezembro de 2022, na zona leste de Teresina. A investigação apontou que a provável causa da explosão foi ocasionada por vazamento de gás. O GP1 já havia revelado, com exclusividade, os depoimentos dos funcionários em que um deles relatou ter sentido cheiro forte de gás horas antes da explosão.
Para chegar à conclusão, a perícia considerou a inspeção realizada na rede secundária de gás da cozinha do Restaurante Vasto, onde supostamente ocorreu o vazamento. Além disso, também foi apontada a possibilidade de defeito no regulador de gás, o que provocou saturação da massa de gás no ambiente e devido ao contato com faísca elétrica pode ter ocasionado a explosão.
"Tendo a hipótese mais provável da causa da explosão sido provocada por vazamento de gás na rede secundária da cozinha do Restaurante Vasto, oriundo ou de defeito ou no regulador de gás ou no equipamento ou por ação direta de acionamento, onde houve saturação da massa de gás no ambiente e a ignição ocorreu, positivamente, por contato com faísca elétrica gerada ao toque de um interruptor de acionamento de exaustor", diz trecho do documento.
Confira as hipóteses da perícia
A hipótese mais provável da causa da explosão foi o vazamento de gás, porém, a perícia analisou outras duas situações que podem ter ocorrido. Confira:
Primeira hipótese: uma falha no regulador poderia ter acarretado uma alta pressão na rede primária, consequentemente forçando o aparecimento de vazamentos nos reguladores, podendo ter passado uma pressão superior de gás e originado o vazamento. Não foi possível realizar testes e exames no regulador, pois os equipamentos não foram disponibilizados.
Segunda hipótese: seria a de falha em equipamento, não podendo ser descartada a falha em um equipamento, tanto por má instalação como por falha de fabricação ou de operação, contudo, pela força de explosão e o estado das coisas encontradas após os serviços de remoção não foi possível uma análise mais apurada dos equipamentos.
Terceira hipótese: seria a de intervenção direta no equipamento provocada pela ação do felino, gato doméstico, que transitava pela cozinha durante horário compatível com o início dos vazamentos. O felino possuía porte e tamanho suficiente para acidentalmente acionar um equipamento que utilizava gás, como um fogão industrial por exemplo, e também havia a possibilidade do mesmo ter arrancado alguma mangueira de alimentação interna de equipamentos que são presas por abraçadeiras de pressão.
Depoimento de funcionário
No documento obtido pelo GP1, Felipe Nabuco, vigilante do restaurante Vasto, revelou ter informado que, na data da explosão, por volta de 3h da madrugada, sentiu cheiro de gás vindo da cozinha do restaurante Coco Bambu e que, imediatamente, avisou aos seguranças do restaurante Coco Bambu (Jonas e Rogério), e que também tentou avisar a situação ao gerente Robério, por meio de mensagem, mas sem sucesso. Nesse momento, ele informou ainda que tentou contactar o Corpo de Bombeiros, mas não obteve êxito.
Raio de destruição
O laudo mostrou também que o raio de destruição e de destroços indicam que a cozinha foi o epicentro da explosão, ou seja, o local onde foi relatado o cheiro de gás.
As imagens produzidas pela perícia criminal mostraram que o espalhamento dos destroços chegou a uma projeção de aproximadamente 60,0m em linha reta, cruzando a Rua Joca Vieira e ultrapassando o muro de um terreno.
A investigação do caso ficou sob responsabilidade do 12º Distrito Policial.
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