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Teresina - Piauí

Funcionário revela que avisou sobre vazamento de gás horas antes da explosão no Vasto e Coco Bambu

Documento obtido pelo GP1 mostra que o segurança do Vasto fez contato com gerente às 3h da madrugada.

O GP1 obteve, com exclusividade, acesso a integra dos depoimentos de quatro pessoas ouvidas, até o momento, no inquérito policial que investiga a explosão que atingiu os restaurantes Coco Bambu e Vasto, no último dia 21 de dezembro de 2022, na zona leste de Teresina.

A Polícia Civil do Piauí realizou as oitivas do empresário responsável pelo restaurante Coco Bambu, Rafael Alves de Almendra Freitas, na condição de (vítima/comunicante), além dos funcionários Felipe Nabuco de Melo (vigilante do restaurante Vasto), Jonas Pereira da Silva (segurança do Coco Bambu) e Rogério Gualberto da Silva (segurança do Coco Bambu).


No documento obtido pelo GP1, Felipe Nabuco, vigilante do restaurante Vasto, revelou ter informado que, na data da explosão, por volta de 3h da madrugada, sentiu cheiro de gás vindo da cozinha do restaurante Coco Bambu e que, imediatamente, avisou aos seguranças do restaurante Coco Bambu (Jonas e Rogério), e que também tentou avisar a situação ao gerente Robério, por meio de mensagem, mas sem sucesso. Nesse momento, ele informou ainda que tentou fazer contato com o Corpo de Bombeiros, mas não obteve êxito.

Foto: Alef Leão/GP1Fachada do restaurante Coco Bambu
Fachada do restaurante Coco Bambu

Por volta de 5h da manhã, Felipe Nabuco foi até o restaurante Coco Bambu buscar seu uniforme e sentiu o cheiro de gás ainda mais forte, fato que o fez deixar o estabelecimento pela saída de emergência. Ele frisou que nesse período já era possível sentir o cheiro de gás no estacionamento do estabelecimento.

Já por volta de 6h, Felipe Nabuco foi embora e às 6h30 ouviu o barulho da explosão já em sua residência, no bairro Monte Castelo, zona sul de Teresina. Em seu depoimento, ele deixou claro que não tinha conhecimento que Márcio da Costa e Silva, que teve o corpo queimado durante explosão, estivesse no local naquele dia.

Foto: Marcelo Cardoso/GP1Cenário de destruição nos restaurantes Vasto e Coco Bambu
Cenário de destruição nos restaurantes Vasto e Coco Bambu

O que disseram os seguranças do Coco Bambu

Ouvidos na sede do 12º Distrito Policial, os seguranças do Coco Bambu, Jonas Pereira da Silva e Rogério Gualberto da Silva, confirmaram todos os fatos narrados pelo vigilante do restaurante Vasto, porém, somente Jonas Pereira presenciou a explosão, visto que Rogério Gualberto da Silva já havia deixado o local às 6h do dia 21 de dezembro de 2022, portanto, antes do ocorrido.

Rogério Gualberto da Silva

Rogério Gualberto da Silva informou que trabalha como segurança do restaurante Coco Bambu e que horas antes da explosão, Felipe Nabuco, segurança do restaurante Vasto, o comunicou que estava sentindo um cheiro muito forte de gás e que havia tentado entrar em contato com o gerente do restaurante Vasto e com três gerentes do Coco Bambu, mas não obteve êxito. Relatou ainda que Felipe Nabuco não conseguiu entrar em contato com os seus superiores; que Felipe tentou contato com o Corpo de Bombeiros, mas também sem sucesso. Por último, relatou que não presenciou o momento da explosão, pois o seu turno havia encerrado às 6h e a explosão ocorreu por volta das 6h30.

Jonas Pereira da Silva

Ouvido pela autoridade policial na sede do 12º DP, o segurança do Cobo Bambu, Jonas Pereira, relatou que foi comunicado por Felipe Nabuco - vigilante do Restaurante Vasto - sobre o cheiro forte de gás e afirmou que Felipe havia tentado contato com o gerente do Coco Bambu, mas sem sucesso. Já por volta de 6h30, Jonas Pereira alegou que estava se dirigindo ao banheiro, quando ocorreu a explosão, que deixou Márcio da Costa e Silva, 35 anos, identificado como funcionário do setor de manutenção, bastante ferido, com várias queimaduras pelo corpo.

O que disse o empresário e dono do Coco Bambu Rafael Alves de Almendra Freitas

Rafael Alves de Almendra Freitas foi ouvido na sede do 12º Distrito Policial, na condição de vítima/comunicante, ocasião em que relatou ter tomado conhecimento da explosão na manhã do dia 21/12/22, na sede do Coco Bambu, e que não houve vítima fatal, mas o colaborador do restaurante Márcio da Costa e Silva, de 35 anos, ficou com lesões (queimaduras de 2° grau) e foi hospitalizado. Informou ainda que a empresa tem prestado assistência integral à vítima e que o estabelecimento funcionava legalmente, com todas as licenças e tomava todas as precauções para evitar acidentes e funcionar de forma correta.

Ainda no depoimento, o empresário Rafael Alves de Almendra Freitas relatou não saber o que pode ter acontecido e pediu que fosse feita uma investigação, haja vista a necessidade de apuração de alguma conduta criminosa.

Depoimento de Márcio da Costa e Silva

Considerado peça importante no inquérito, o depoimento de Márcio da Costa e Silva ainda não foi colhido pelos policiais do 12º DP. Na primeira tentativa de ouvi-lo, o funcionário estava internado e não foi possível tomar seu depoimento formalmente.

O que diz o 12° DP

Passados quase dois meses desde a explosão que atingiu os restaurantes Coco Bambu e Vasto, o delegado Ademar Canabrava aguarda resposta do Poder Judiciário, após ter pedido a dilação de prazo do inquérito policial, para que possa ouvir, entre outras pessoas, o funcionário Márcio da Costa e Silva, que deverá esclarecer o que estava fazendo nas dependências do restaurante Coco Bambu no momento em que ocorreu a explosão e quem solicitou que ele fosse até o local naquele horário, quando o estabelecimento ainda estava fechado.

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