O delegado Tales Gomes, titular da Gerência de Polícia Especializada, afirmou durante entrevista ao GP1, na manhã desta terça-feira (28), que o líder comunitário identificado como Valmir da Silva foi um dos mandantes da tortura de quatro jovens durante julgamento do Tribunal do Crime, na região da Vila Boa Esperança, na zona norte de Teresina. Ele e mais dois comparsas, identificados como Arcanjo e China foram presos nas primeiras horas dessa terça-feira sob acusação de tortura.
"Com base nessas formalizações [das denúncias da tortura], nas oitivas, nos vídeos, nos reconhecimentos dos policiais que trabalham lá na região, a gente conseguiu a prisão preventiva dessas pessoas e, dentre elas, um líder comunitário que foi mencionado e formalizado que ele estava presente no momento das torturas, não agrediu nenhum dos rapazes, mas a todo momento indicava que deveria ocorrer a disciplina", apontou o delegado Tales Gomes, que informou que a motivação para a tortura foi devido ao roubo do ar-condicionado de uma Igreja Evangélica localizada na Vila Dilma Roussef, na zona norte de Teresina.
Investigações
O delegado responsável pela Gerência de Polícia Especializada contou que o momento da tortura dos jovens foi registrado em vídeo, que, inclusive, ajudou na identificação tanto das quatro vítimas, como dos três autores do crime. Posteriormente, foi apurado também que o criminoso identificado como Cristino participou da morte do adolescente de 16 anos, identificado como Yure de Assis Oliveira Cardoso, assassinado em 10 de fevereiro deste ano.
"Eles estão sendo investigados por tortura, organização criminosa e com o andamento da investigação, teve o corpo de um jovem chamado Yure que foi encontrado na mesma localidade das torturas, que é um matagal na região da Vila Boa Esperança, esse corpo foi encontrado no dia 10 de fevereiro e nós conseguimos elementos que indicam a participação do Cristino nessa execução. O rapaz [Yure] foi morto porque já havia sido alertado várias vezes para parar com as práticas criminosas de roubo e foi executado. Os quatro jovens não foram mortos porque foi a primeira vez que eles foram alertados. A gente tem elementos que indicam a participação do Cristino nesse crime [homicídio do Yure]", explicou o delegado Tales Gomes.
Os três acusados estão detidos na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, onde estarão à disposição da Justiça para adoção das providências legais cabíveis ao caso.
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