Mikaela Ramos
O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) foi à público manifestar, nessa quarta-feira (27), o resultado das fiscalizações feitas em várias unidades da rede hospitalar municipal de Teresina, ocorridas desde a última sexta-feira, dia 22 de dezembro, até essa quarta-feira, dia 27 de dezembro.
As informações verificadas a respeito das denúncias formalizadas por médicos, funcionários e pacientes acerca da situação gravíssima em que se encontra o sistema de saúde da Capital foram divulgadas por meio de uma nota endereçada aos piauienses, que foi publicada nas redes sociais do CRM-PI. No texto, o órgão elencou constatações que evidenciam o caos instalado na Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS).
Falta de medicamentos, aparelhos e setor de radiologia sem funcionar
Segundo as informações apuradas pelo CRM, o problema de abastecimento de medicamentos e insumos é geral na rede hospitalar de Teresina. Além disso, foi constatado que ocorrem frequentemente falta de pagamento a fornecedores, bem como inadimplência de contratos.
Constatou-se também a falta de insumos, materiais médicos, antibióticos, analgésicos, antiarrítmicos, anticonvulsivantes, antihipertensivos, anestésicos, agulhas para procedimentos anestésicos, tubos para intubação orotraqueal em crianças e adultos, calibragem de aparelhos de anestesia, e ainda um setor de radiologia sem funcionamento devido ao desligamento de aparelhos pela empresa contratante, com exceção do HUT e Maternidade Wall Ferraz.
Médicos em péssimas condições de trabalho em Teresina
O CRM-PI evidenciou também a situação alarmante das péssimas condições de trabalho que os médicos são submetidos nos hospitais municipais. "Não conseguem prestar o melhor atendimento. Os pacientes sofrem por não receberem a assistência de que necessitam e podem apresentar complicações, com possível óbito, em razão da ausência de medicamentos ou materiais de socorro médico", denunciou o órgão em trecho da nota divulgada.
Providências
Diante das constatações feitas durante as fiscalizações, o Conselho Regional de Medicina do Piauí afirmou que encaminhou os relatórios das fiscalizações aos gestores e diretores da FMS, bem como ao presidente do órgão de saúde municipal, Ari Ricardo, ao prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, e ainda ao Ministério Público do Estado do Piauí, solicitando a solução dos problemas apontados.
"Cumprindo seu dever institucional de zelar pelas boas condições de trabalho aos médicos para que estes prestem uma assistência de qualidade aos pacientes, o CRM-PI solicitou aos gestores municipais a adequação imediata de todas as deficiências apontadas nos relatórios de fiscalização, sob pena de omissão, caso não sejam atendidas imediatamente", consta em trecho do texto publicado nas redes sociais do CRM-PI.
Confira a nota na íntegra:
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