Moradores bloqueiam Avenida Nicanor Barreto durante reintegração de posse

Moradores de uma ocupação no residencial Verde Lar, na zona leste de Teresina, fecharam a Avenida Dr. Nicanor Barreto em protesto a reintegração de posse que foi cumprida nesta quarta-feira (10) pela Superintendência das Ações Administrativas Leste (SAAD Leste), após decisão judicial. No local, equipes do 5º Batalhão da Polícia Militar do Piauí resguardaram a segurança de todos os envolvidos.

De acordo com os moradores, o terreno está abandonado há mais de 10 anos e um grupo de cerca de 45 pessoas viviam na área.

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Segundo Johnatan Carvalho, porta-voz do grupo de ocupantes, a ação de desapropriação foi feita de forma irregular pela PM. “Chegaram 7h, tinha gente dormindo ainda dentro do barraco. Eles pegaram e tiraram a gente com motosserra. Já tinha casa de tijolo já, levaram material para superintendência e para pegar tem que ir agora lá, coisa que a gente estava tirando do nosso suor para fazer uma casinha e tiraram tudo. A gente quer uma resposta de uma autoridade, porque se o terreno está abandonado, deveriam deixar a gente ficar dentro”, destacou o morador.

Heloísa Sales, que também ocupava o local, afirmou que no terreno teve sua primeira casa que não iria desistir dela. “Eles disseram que aqui não vai ficar ninguém, mas nós vamos voltar, eles vão terminar de derrubar, nós vamos colocar tudo de novo. Nós não temos casa, pode procurar o nome da gente em qualquer local, que a gente não tem casa, eu nunca tive casa, a minha oportunidade é essa e eu vou lutar até o fim”, disse a ocupante.

O que diz a SAAD Leste

O GP1 procurou a assessoria de comunicação da Saad Leste para buscar esclarecimentos sobre a situação e a pasta comunicou que o terreno pertence à Prefeitura de Teresina e é destinado a abrigar pessoas que estão em situação de risco. Ainda conforme a SAAD, para ter o acesso à moradia no local é preciso passar por um cadastramento na instituição.

“Ali é um terreno da prefeitura e eles invadiram. A informação que eu tenho é que ali é um terreno destinado a pessoas que são retiradas de área de risco, foi feito na gestão passada ainda. É para isso que o loteamento se destina, então para pessoa ter direito a um lote daquele, tem que fazer um cadastro e não invadir, é um bem público, ele não pode ser tomado. A pessoa não pode invadir o bem público e tomar conta dele. Eles precisam passar pelo processo para poder ter a posse daquele lote”, destacou o assessor Alexandre Lima.