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Teresina - Piauí

Barêtta revela detalhes da tragédia familiar que deixou 2 mortos em Teresina

Briga terminou com Daniel Flaubert e Felipe Holanda mortos e Juliana da Silva gravemente ferida.

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, revelou em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (01), detalhes da tragédia familiar que deixou Daniel Flaubert e Felipe Holanda mortos e Juliana da Silva gravemente ferida no último sábado (30), no bairro São Pedro, zona sul de Teresina.

Segundo o delegado Barêtta, o desentendimento entre os dois teve início ainda na noite de sexta-feira (29), quando Daniel Flaubert demonstrou seu incômodo perante o choro do filho de Felipe Holanda, de apenas 4 anos de idade, que tem transtorno do espectro autista.


Foto: ReproduçãoDaniel Flauberth, Felipe Holanda e Juliana da Silva
Daniel Flauberth, Felipe Holanda e Juliana da Silva

“Nós estamos apurando os fatos narrados no local do crime. Dizem que a motivação começou ainda no desentendimento à noite na sexta-feira, quando Daniel ficou incomodado com o choro de uma criança autista, filho do Felipe, e no dia seguinte, por volta das 8 horas, quando a mulher do Daniel abriu a porta, o Felipe estava sentado numa área lá que é comum a todos, com uma faca, e disse que estava aguardando o marido dela. Ela pediu calma, segundo ela, Felipe estava muito exaltado”, narrou Barêtta.

Conforme o diretor do DHPP, a esposa de Daniel, que é atirador esportivo, ainda tentou evitar um embate entre os cunhados, mas em um certo momento, Daniel acabou efetuando o primeiro disparo de arma de fogo, que atingiu a cabeça da empregada doméstica Juliana da Silva.

Foto: Alef Leão/GP1Barêtta
Barêtta

“Daniel abriu a porta da casa e vinha saindo. A esposa de Daniel foi ao encontro dele, botou ele para dentro da casa e fechou a porta. E o Felipe continuou chutando a porta no sentido de arrombar para entrar. Nesse momento, o Daniel pegou uma arma, uma pistola 380, e efetuou um disparo de dentro para fora. O projétil transfixou a porta e se alojou na cabeça da moça que estava na área com as crianças, a Juliana, que está internada. Depois teve uma luta corporal entre o Daniel e o Felipe coadjuvado pela esposa do Felipe, a senhora Antônia, que também disse que participou dessa contenda. Foi aí que foram realizados os outros disparos”, relatou o diretor do DHPP.

Foto: Reprodução/FacebookJuliana da Silva
Juliana da Silva está internada no HUT

Dinâmica do crime

O delegado Barêtta explicou que ainda não é possível afirmar quem efetuou cada disparo no momento da luta corporal, mas que já foi realizado todo um levantamento inicial que será submetido à análise da Perícia Criminal.

“Nós estamos apurando, foi feito todo o levantamento pericial com manchas de sangue, local dos estojos no sentido de que o perito nos forneça toda dinâmica do fato em si. Também já aquisitamos ao Instituto de Medicina Legal para que o legista informe a entrada dos projéteis, a trajetória, bem como a inclinação do ângulo de entrada para a gente saber quem atirou, em que altura eles estavam e o movimento que fizeram. Estamos analisando os fatos com as peças já colhidas para que a gente possa dar um despacho para a autoridade policial instaurar o devido inquérito policial”, informou Barêtta.

Foto: Brunno Suênio/GP1Casa onde aconteceu a tragédia familiar no bairro São Pedro
Casa onde aconteceu a tragédia familiar no bairro São Pedro

Armas apreendidas

Barêtta também revelou que além da arma que teria sido utilizada no crime, um pistola .380, também foram apreendidas outras duas armas de fogo.

“Foi encontrada a faca dentro de um jarro e também a pistola .380 que, segundo consta, foi utilizada para a prática dos crimes. Depois o delegado de plantão, o delegado Danúbio Dias, arrecadou duas armas que foram entregues pela esposa do Daniel, uma pistola 9 mm e um revólver 357 que estavam no cofre devidamente guardados. Segundo consta, o Daniel é filiado a clubes de tiro esportivo”, destacou o diretor do DHPP.

Motivação

O diretor do DHPP disse ainda que a investigação vai apontar se já existia uma inimizade entre Daniel Flaubert e Felipe Holanda antes do estopim que culminou com a morte dos dois.

“Isso aí é um fato que vai ficar dentro do inquérito policial, nós não temos nenhum caso de homicídio doloso que não tenha motivação necessária. Todo ser humano é um homicida em potencial. As manchas de sangue são o verdadeiro caminho do crime, dizem a posição de cada um, bem como os estojos que foram deflagrados, e a posição em que eles estavam. Nós vamos verificar se a história que elas [testemunhas] contam nos autos vai se harmonizar ou não com a peça probatória do exame pericial”, finalizou o delegado Barêtta.

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