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Teresina - Piauí

Médico Anatole Borges é acusado de agredir dentista em Teresina

"Informo a vocês que as informações são distorcidas da realidade", disse a defesa do médico.

O Portal Viagora revelou, com exclusividade, na manhã desta segunda-feira (11), uma denúncia de violência doméstica contra o médico ginecologista Anatole Santos de Almeida Borges. A denúncia foi feita pela professora de direito Glenda Santos de Almeida Nogueira, que acusou o médico de agredir fisicamente sua filha, a dentista Isadora Santos de Almeida Nogueira Barros, de 27 anos, dentro do apartamento do médico localizado no bairro Piçarreira, na zona leste de Teresina.

Segundo Glenda Nogueira, o crime aconteceu na noite do dia 25 de junho, por volta das 22h. Ele teria empurrado a dentista, que caiu no chão e bateu a cabeça em uma porta.


Foto: Reprodução/InstagramAnatole Borges
Anatole Borges

De acordo com a professora, no dia anterior, 24 de junho, o ginecologista havia sido informado que a esposa estava lhe traindo com outro médico em um restaurante da zona Leste da capital. “Ele se deslocou até o local e avistou ela se despedindo com um beijo no outro médico. Com raiva, ele jogou uma garrafa de cerveja no veículo do amante”, disse Glenda.

Conforme a professora de direito, no dia 25 de junho pela manhã, Anatole Santos tinha quebrado alguns objetos na residência do casal e sua esposa ligou aos prantos para Isadora Santos, relatando o ocorrido da noite anterior, afirmando que não desejava a separação e queria ajuda.

“Meu irmão quebrou umas coisas na casa dele e a tal da Maíra ligou para a Isadora, minha filha que foi agredida, se acabando de chorar. Ela pediu para a Isadora ir até lá e meu irmão tinha saído para a casa de um amigo dele. A Maíra começou a conversar dizendo que não queria se separar e que era para a Isadora conversar com ele. Nisso a Isadora foi direto lá conversar com meu irmão, ela foi à tarde conversar com meu irmão que estava em outro condomínio, na mesma região onde ele mora e ficou lá com ele”, relatou Glenda ao Viagora.

Cenas de Horror

Conforme Glenda Santos, depois da conversa com o tio, Isadora Santos retornou ao condomínio onde o casal mora para pegar as crianças, a pedido da própria esposa do médico e leva-las para a casa dos avós. “Meu irmão chegou e disse que a Isadora não ia levar as crianças. Minha filha então falou que iria levar porque tinha sido um pedido Maíra, para que as crianças não ficassem escutando a briga do casal”, explicou.

A mãe de Isadora Santos relatou que logo após a conversa, o acusado teve um acesso de fúria e deu início a cenas de horror. “Ele empurrou minha filha, minha filha caiu do chão, ele puxou os cabelos dela, ela ficou tentando se sair, até que ele não se contentando em um acesso de fúria bateu a cabeça dela em uma porta, bateu, bateu, bateu até sair sangue. Minha cunhada foi que conseguiu tirar minha filha das mãos dele”, narrou a professora.

Foto: Reprodução/WhatsappIsadora Santos de Almeida Nogueira Barros
Isadora Santos de Almeida Nogueira Barros

Isadora Santos foi resgatada por uma amiga, na qual ela mesmo ferida, conseguiu entrar em contato para pedir ajuda, segundo informou a professora. Glenda Santos explica que a amiga de sua filha juntamente com o namorado que é advogado, acionaram a Polícia Militar e conseguiram tirar Isadora do local e levá-la até a Central de Flagrantes de Teresina para relatar o ocorrido e prestar queixa.

A Polícia Militar estava chegando ao condomínio quando Isadora Santos foi levada pela amiga e seu namorado para a Central de Flagrantes, porém Glenda Santos afirma que os policiais não prenderam o médico em flagrante. “Ligaram para a Central de Flagrantes e levaram para a Central para poder relatar, só que na hora que eles estavam saindo o carro da Polícia Militar estavam entrando no condomínio e não levou o meliante em flagrante”, disse a mãe da vítima.

Foto: Reprodução/WhatsappIsadora Santos de Almeida Nogueira Barros
Isadora Santos de Almeida Nogueira Barros

Medida Protetiva

A mãe de Isadora Santos relatou ainda que no mesmo dia da agressão, a dentista fez o Boletim de Ocorrência e realizou no Instituto Médico Legal (IML) o exame de corpo de delito. A professora disse também que foi solicitada uma Medida Protetiva, e que houve dificuldades para que o médico fosse encontrado, mas que na última quinta-feira ele recebeu o documento.

“Eu quero tornar isso público porque é violência feita por uma pessoa que é de dentro da sua casa, que você confia, ele é tio dela, padrinho dela e compadre dela. Ele está feliz e satisfeito da vida como se nada tivesse acontecido. Isso é para alertar outras mulheres, porque minha filha poderia ter morrido como aquela advogada morreu no Rio Grande do Sul”, declarou a mãe de Isadora.

A professora de forma enfática afirmou que quer Justiça: “Eu quero que ele seja punido e processado pelo crime que ele cometeu, só isso, só isso que eu quero. A Isadora não quer danos morais, materiais, não quer nada, eu quero que ele seja punido e que a punição dele sirva de exemplo”, disse a mulher.

Investigação

O caso está na fase de inquérito e sendo investigado pela Delegacia da Mulher da zona sudeste, presidido pela delegada titular Alessandra Santos.

Outro lado

Procurado pela reportagem, o médico Anatole Borges, através dos advogados de defesa Ana Luiza Sampaio e Marcelo Leonardo Pio emitiu uma nota sobre o assunto.

Confira a nota na íntegra:

"Referente ao tema, informo a vocês que as informações são distorcidas da realidade e que o processo corre em segredo de justiça. A verdade dos fatos aparecerá. Confiamos no trabalho da Justiça".

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