A juíza Lidiane Suely Marques Batista, da Vara Única da Comarca de Batalha, recebeu nessa segunda-feira (27) denúncia em ação penal contra o empresário José Alberto Lustosa de Castro, mais conhecido como "Rabeca", acusado de lesão corporal, ameaça, sequestro e cárcere privado contra Raule da Silva Nunes, dono de uma empresa de informática e segurança. O empresário vai responder pelos crimes previstos nos arts. 147, 129 e 148, §2º c/c o art. 69, todos do Código Penal e caso seja condenado poderá pegar de dois a oito anos de prisão.
Segundo a denúncia, no dia 05 de junho de 2022, por volta das 11h00min, o empresário privou a vítima de sua liberdade, mediante cárcere privado, resultando grave sofrimento físico e moral, em razão dos maus-tratos. A acusação narra que Raule recebeu mais de 10 (dez) panadas de facão, produzindo hematomas na região das nádegas, no tórax posterior e no antebraço.
De acordo com o relato da vítima, no último dia 3 de junho de 2022, ela fez a instalação de uma câmera para monitoramento eletrônico, na residência de José Alberto Lustosa de Castro com objetivo de descobrir se a esposa estava lhe traindo. Já na manhã do dia 5, o acusado lhe mandou mensagens via WhatsApp pedindo que fosse até a sua casa para que olhassem juntos as imagens do dispositivo instalado.
Quando chegou à casa do empresário, percebeu que Alberto estava sob efeito de alguma substância entorpecente. Após analisar as imagens, disse a Alberto que não existiam gravações de sua esposa lhe traindo. Inconformado com a resposta de que não havia tais imagens, o empresário passou a insistir que elas existiam, e que ele havia apagado. A vítima então contou que Alberto pegou um facão, retirou a bainha e lhe deu mais de dez ‘panadas’ de facão, conforme lesões confirmadas através do exame de corpo de delito à qual foi submetida, além de ter lhe agredido com um cinto.
“A vítima narrou que passou cerca de duas horas (das onze da manhã às 13 horas, aproximadamente) no interior da casa de Alberto, sendo agredido fisicamente, ameaçado e privado de sua liberdade para se retirar do local. Contou que uma das formas que Alberto se valeu para privá-lo de pedir ajuda e de sair da casa, foi a retirada de seu aparelho telefônico, além do uso do facão empunhado”, diz trecho do relatório.
Raule então conseguiu com que o acusado lhe entregasse o seu celular ao afirmar que precisaria pedir dinheiro emprestado para devolver o valor pago pela instalação da câmera, momento em que conseguiu falar com um amigo que chamou a polícia.
Após a ligação, a polícia chegou, conseguiu abrir a porta da casa com o auxílio de uma vizinha, e liberou a vítima do local, bem como capturou Alberto e o conduziu até a delegacia de polícia para as devidas providências. Por fim, Raule acrescentou que durante toda situação, pedia para ir embora, mas que Alberto dizia que ele só ia embora se desse conta das imagens de sua esposa lhe traindo ou devolvesse o dinheiro do serviço, enquanto o ameaçava de morte e empunhava o facão em sua direção.
O empresário foi preso em flagrante e durante audiência de custódia realizada, na segunda-feira (06), a juíza da Vara Única da Comarca de Batalha decretou a prisão preventiva de José Alberto.
José Alberto Lustosa de Castro foi solto por determinação do Tribunal de Justiça do Piauí, no dia 09 de junho, mediante a aplicação de medidas cautelares.
O empresário é irmão da vereadora Cátia Lauriano.
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