Nayrana Meireles
Gil Sobreira
Thais Guimarães
O atual prefeito de Madeiro, Pedro Teixeira Júnior, mais conhecido como Pedro Filho (MDB), será testemunha de defesa do assassino do prefeito Zé Filho, Felipe Anderson Seixas de Araújo.
A informação foi repassada ao GP1 pelo advogado Francisco Miranda, testemunha do assassinato do prefeito que sofreu um atentado nessa segunda-feira (13). “Ele foi arrolado como testemunha de defesa no processo. Está no processo”, revelou.
Zé Filho foi assassinado em novembro do ano passado, enquanto assistia a uma partida de futebol em Madeiro. O vice-prefeito Pedro Filho assumiu o comando do município em dezembro do mesmo ano.
O GP1 apurou que o grupo político que apoiava Zé Filho decidiu romper com o atual prefeito após ele aceitar ser testemunha de defesa de Felipe Seixas.
Atentado contra testemunha do crime
Na madrugada dessa segunda-feira (13) o advogado Francisco Miranda, ex-assessor jurídico da Prefeitura de Madeiro na gestão do prefeito Zé Filho, teve sua casa alvejada por 11 disparos de arma de fogo. Em entrevista ao GP1, ele disse que já havia recebido ameaças, isso porque é uma das principais testemunhas do crime contra o prefeito, de quem era grande amigo.
Nesta terça (14) ele veio até Teresina pedir apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a fim de garantir sua segurança. A OAB Piauí, por sua vez, solicitou à Polícia Civil uma equipe especial para investigar o caso.
Promotor pede que assassino vá a Júri Popular
No dia 06 de junho de 2022, o promotor Carlos Rogério Beserra da Silva apresentou alegações finais na ação penal em que Felipe Seixas é réu e pediu a pronúncia do acusado a fim de que seja submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri, acentuando que estão presentes a prova da materialidade delitiva, conforme Laudo de Exame Cadavérico, que confirma os ferimentos, e indícios suficientes de autoria, apontados nos depoimentos das testemunhas e confissão perante a autoridade policial.
Felipe Seixas foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, no caso, motivo fútil e por recurso que dificultou ou tornou impossível à defesa da vítima.
Na manifestação, o promotor afirma que a autoria criminosa que recai sobre Felipe Seixas está evidenciada “e a sua responsabilidade é medida que se impõe, porquanto restou comprovado que o acusado dolosamente atentou contra a vida da vítima”.
“Dessa forma, verifica-se que José Ribamar de Araújo Filho foi vítima de homicídio qualificado, considerando a região corpórea atingida, a gravidade da lesão, bem como a forma de execução do delito e o meio empregado, vislumbrando-se que o ora denunciado agiu com a vontade livre e consciente de tirar a vida da vítima”, destacou o promotor.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia, no dia 28 de novembro de 2021, nas proximidades do Campo de Futebol do Conjunto Queiroz, na cidade de Madeiro/PI, o denunciado Felipe Seixas matou o ex-prefeito de Madeiro/PI, José Ribamar de Araújo Filho, mais conhecido como “Zé Filho”.
Segundo elementos de informação colhidos no Inquérito Policial, a vítima estava assistindo uma partida de futebol, momento em que decidiu ir embora. Em seguida, se dirigiu até o seu carro, uma Nissan Frontier que estava estacionada próximo ao campo, momento em que, antes deste entrar no veículo, Felipe Seixas chamou pela vítima, e disse: “Prefeito!”, momento em que efetuou pelo menos três disparos de arma de fogo.
Em seguida, o denunciado se aproximou da vítima e falou: “aqui é pra tu aprender a respeitar homem”, depois, subiu em sua moto Bros, de cor preta, e se evadiu do local do crime.
O prefeito foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito no trajeto para o hospital de Luzilândia.
Felipe Seixas foi preso temporariamente no dia 03 de dezembro de 2021, cinco dias após o crime. No dia 26 de janeiro deste ano, a Justiça converteu sua prisão em preventiva, a pedido do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o caso.
Motivação do crime
Durante o interrogatório, Felipe Seixas disse à Polícia Civil que a motivação do crime seria uma perseguição que estaria sofrendo por parte do prefeito. “Ele relatou que a motivação teria sido perseguição que ele sofria, que desde que o pai dele tinha sido afastado pelo prefeito que ele matou, ele já vinha sentindo esse sentimento de raiva e que posteriormente a isso o prefeito teria inventado a história de que ele teria uma relação extraconjungal com a madrasta e que isso daí alimentou mais ainda o ódio. E que no dia do crime ele se encontrava ao lado do campo de futebol e quando viu o prefeito estava armado e não se conteve”, relatou o delegado Bruno Ursulino, responsável pelo inquérito policial.
Outro lado
Pedro Filho não quis se pronunciar sobre o caso.
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