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Teresina - Piauí

Motorista que expulsou mulher de carro em Teresina será bloqueado, diz 99

"A companhia reitera que comportamentos como esse não são tolerados na plataforma", diz trecho da nota.

A empresa 99 se pronunciou, na tarde deste domingo (27), a respeito do caso da pedagoga Adriana Ribeiro, que atua na Coordenadoria Estadual de Políticas para as Mulheres do Piauí (CEPM-PI), e que denunciou ter sido vítima de agressões por parte de um motorista de aplicativo da plataforma 99, na tarde de quinta-feira (24), durante uma corrida na zona leste de Teresina.

Segundo Adriana, o condutor do veículo lhe agrediu verbalmente e lhe expulsou do carro após ela criticar o presidente da República, Jair Bolsonaro, em uma conversa por telefone com uma terceira pessoa.


Foto: Reprodução/WhatsAppAdriana Ribeiro
Adriana Ribeiro

Sobre o fato, a 99 informou que lamenta profundamente o ocorrido com a passageira e que está apurando o caso. “A 99 lamenta profundamente o ocorrido com a passageira Adriana Ribeiro e informa que está apurando o caso. A companhia reitera que comportamentos como esse não são tolerados na plataforma. A empresa repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e tem uma política de tolerância zero em relação a isso”, diz trecho da nota.

A empresa disse ainda que em relação a esse tipo de comportamento a 99 toma todas as medidas necessárias contra o motorista, inclusive o bloqueio da conta, além de apoia às investigações e demais procedimentos previstos nos Termos de Uso e Guia da Comunidade 99.

“A companhia ressalta que motoristas parceiros devem tratar passageiros com boa fé, profissionalismo e respeito. Investimos em educação para prevenir atitudes como essa, o que inclui uma plataforma de cursos para 100% dos motoristas com foco em diversidade e cidadania”, finaliza a nota.

Entenda o caso

Adriana Ribeiro, que atua como gerente de promoção de políticas públicas para as mulheres, afirma que saiu do trabalho e pediu a corrida pelo aplicativo 99, com destino a sua casa. “Pedi uma corrida na 99 do meu trabalho, eu trabalho na Coordenadoria de Mulheres do Estado, até a minha residência no Planalto Ininga. Porém, no percurso, já na Rua Alaíde Marques, na rua da minha casa, eu tirei a máscara por um minuto, porque tinha uma coisa no meu dente me incomodando, e ele pediu: ’senhora, coloque a máscara’, e eu disse ‘me desculpe, só foi por um minuto’. E eu recoloquei”, contou.

De acordo com a pedagoga, em seguida ela iniciou uma conversa via WhatsApp com a sua filha e em determinado momento criticou o presidente Jair Bolsonaro. “Estava conversando com minha filha no celular, falando sobre a questão da guerra, das atualizações do que estava acontecendo com a Rússia e a Ucrânia, e ela falou que até o momento o presidente não tinha se pronunciado. Eu disse ‘esse presidente é um ordinário’, quando eu falei isso ele simplesmente parou o carro e disse assim: ‘não fale de política comigo’”, informou.

Ainda conforme Adriana, ela pediu desculpas ao motorista, mas ele a mandou sair do carro, um Renault Logan, de cor preta. “Eu disse: ‘moço, está proibido falar no WhatsApp? Eu estou falando com uma pessoa, mas tudo bem, quando eu chegar em casa eu converso, já que o senhor não gosta’. Ele simplesmente parou o carro e disse ‘desça do meu carro agora’, no meio da rua, uma rua deserta”, detalhou.

A pedagoga relata que o homem ameaçou tirá-la à força do veículo. “Ele ficou me agredindo com palavras: ‘você acha que só porque é mulher pode fazer o que quer?’, foi quando eu disse, ‘moço eu não vou descer’. Ele andou mais 50 metros e disse ‘ou você desce ou eu lhe retiro à força’”, colocou.

Polícia foi acionada

Adriana Ribeiro acionou a Polícia Militar do Piauí, que lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Com isso, o caso será levado à Justiça. “Eu liguei para a polícia e disse que não ia sair do carro dele enquanto a polícia não chegasse, liguei para o 190, muito abalada, chorando, e ele gritando comigo o tempo todo. Ele foi ouvido, os policiais perguntaram se eu queria prosseguir com a denúncia e eu disse que sim, porque eu me senti ofendida, pelo simples fato de eu ser mulher. Não posso me calar, porque isso que aconteceu comigo foi uma violência e a gente tem que combater”, finalizou.

Confira a nota da 99 na íntegra:

A 99 lamenta profundamente o ocorrido com a passageira Adriana Ribeiro e informa que está apurando o caso. A companhia reitera que comportamentos como esse não são tolerados na plataforma. A empresa repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e tem uma política de tolerância zero em relação a isso.

Em comportamentos como esse, a empresa toma todas as medidas necessárias com bloqueio, apoio às investigações e demais procedimentos previstos nos Termos de Uso e Guia da Comunidade 99. A companhia ressalta que motoristas parceiros devem tratar passageiros com boa fé, profissionalismo e respeito. Investimos em educação para prevenir atitudes como essa, o que inclui uma plataforma de cursos para 100% dos motoristas com foco em diversidade e cidadania.

Situações como essa ocorridas durante as viagens intermediadas pela 99 devem ser denunciadas pelo nosso aplicativo ou pela nossa Central de Segurança no telefone 0800-888-8999. Ao ligar, o usuário receberá informações sobre o que fazer e quais medidas serão tomadas.

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