Mikaela Ramos
A mãe do adolescente Antônio Gelson de Moraes Júnior, de 16 anos, que foi morto com um tiro no pescoço nessa terça-feira (8), no Residencial Edgar Gayoso, na zona norte de Teresina, concedeu entrevista ao GP1 durante o velório do seu filho, que ocorreu na casa onde ele residia com a avó, no Parque Wall Ferraz, também na zona norte da Capital.
Dona Francisca Maria Pereira da Silva desabafou sobre a dor de perder o filho e contou sobre a última vez que conversou com ele. Ela cobrou que seja feita justiça. “Houve um tempo em que os filhos eram quem enterravam os pais, mas hoje é os pais quem enterram os filhos. Eu quero justiça! Eu quero notícias! Por que tiraram a vida do meu filho tão novo, com 16 anos?”, questionou a mãe, com lágrimas nos olhos, expressando inconformidade com a morte do Antônio Gelson.
Última conversa com o filho
A mãe do adolescente contou que mora em Cajazeiras, no Maranhão, enquanto seu filho residia em Teresina com a avó materna. Dona Francisca revelou que a última vez que conversou com Antônio Gelson foi ainda na manhã dessa quarta-feira (8), quando ela ligou para o filho e ele informou que estava reunido com um grupo de amigos para fazer um trabalho escolar e que, portanto, não poderia conversar com ela naquele momento, mas que depois retornaria o contato.
"Eu estava lá [em Cajazeiras], liguei para ele e ele mandou um áudio dizendo que estava em uma roda de trabalho do colégio, ele disse: ‘mãe, não posso lhe atender agora porque estou aqui com meus colegas, fazendo um trabalho do colégio’. Aí depois liguei muitas vezes e nada dele atender, não retornou nada, não deu mais notícias, quando fui receber uma notícia era que ele já estava morto, que tinha morrido no meio dessa roda lá desses amigos”, relatou Francisca Maria Pereira da Silva.
A mãe de Antônio Gelson de Moraes Júnior admitiu que não conhece nenhum dos amigos que estavam com seu filho no momento em que ocorreu o crime. “Não conheço nenhum dos que estavam lá com ele", disse ela.
"Não sei o que aconteceu, só sei que tiraram a vida do meu filho"
Francisca Maria apontou que há contradições e diferentes versões nos relatos dos amigos que estavam na casa onde ocorreu a morte do Antônio Gelson. “Eu só quero é justiça, porque não pode ficar assim, com meu filho morto aí no meio da casa. Sem eu poder fazer nada pelo meu filho, só Deus pode fazer algo por ele. Não sei o que aconteceu, só sei que tiraram a vida do meu filho. Um diz uma coisa, outro diz outra e eu só quero saber a história correta. Eu só quero justiça! Porque não pode acabar com a vida de um jovem assim por coisas banais, por besteira, por brincadeira", refletiu.
O crime
Antônio Gelson de Moraes Júnior, morreu no início da tarde dessa terça-feira (08), após ter sido atingido com um disparo de arma de fogo na região do pescoço. O homicídio aconteceu no residencial Edgar Gayoso, localizado na zona norte de Teresina. O suspeito de efetuar o disparo era amigo próximo e cunhado da vítima, trata-se de outro adolescente de 17 anos, que fugiu do local.
Testemunhas relataram ao GP1 que a vítima estava acompanhada de pelo menos outros 6 adolescentes, que se reuniram para fazer um trabalho escolar, na casa do autor dos disparos, localizada na Quadra B, do residencial Edgar Gayoso. O suspeito de 17 anos encontrou uma espingarda de fabricação caseira, que pertencia ao seu padrasto, e ao exibir a arma para os amigos, o adolescente efetuou um disparo contra o muro, porém, a arma não disparou. Já ao efetuar um segundo disparo também em direção a parede, o prójetil atingiu o muro, ricocheteou e acertou a região do pescoço de Antônio Gelson de Moraes Júnior.
Antônio Gelson foi socorrido para o Hospital Mariano Castelo Branco, mas acabou morrendo dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que havia sido acionada para encaminhá-lo para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) em função da gravidade do ferimento. Contudo, diante do óbito, a equipe do Samu encaminhou o corpo da vítima diretamente para o Instituto de Medicinal Legal (IML) de Teresina.
O DHPP está a cargo das investigações sobre o homicídio de Antônio Gelson de Moraes Júnior.
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