O médico ginecologista Anatole Santos de Almeida Borges assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) no dia 28 de junho contra a sobrinha, a dentista Isadora Santos de Almeida Nogueira Barros, no qual a acusa de lesão corporal dolosa.
De acordo com o depoimento do médico, ele foi agredido fisicamente e moralmente pela sobrinha no dia 25 de junho, dentro do condomínio onde ele mora, depois que Isadora tomou conhecimento que Anatole e a esposa estariam cogitando se separar.
Segundo o Anatole Borges, Isadora ficou sabendo da informação pela própria esposa dele, no dia 25, e após as duas almoçarem, a sobrinha ligou querendo encontrá-lo para conversar. Contou que os dois tiveram uma conversa tranquila, na casa de um casal de amigos, que Isadora o elogiou como pai, filho, marido, tio e que o aconselhou a resolver a questão da separação sem precipitação.
O ginecologista relata que Isadora passou a tarde nesse condomínio do casal de amigos, tendo participado, inclusive, de uma festa que estava acontecendo. Já por volta das 21 horas, quando estava saindo da casa dos amigos, o médico contou que recebeu uma ligação de alguém do condomínio onde mora, informando que Isadora estava lá e que queria entrar para visitar seus filhos, o que foi autorizado por ele.
Entretanto, quando ele chegou em casa e encontrou a esposa, ela disse que Isadora estava visivelmente alterada, por ter passado a tarde consumindo bebida alcoólica, e tinha colocado os filhos do casal no carro dizendo que iria levá-los. Ainda conforme o médico, ele falou para Isadora que não tinha porquê levar as crianças, que estava tudo bem e que ela fosse para casa. Anatole afirmou que a sobrinha, no entanto, passou a xingá-lo de “filho da puta”, “imbecil”, “corno”, “monstro”, entre outros termos, e para evitar que Isadora saísse com o carro, ele relata que tirou as chaves das mãos da jovem, tendo ainda pego as crianças e levado elas para dentro da casa.
O ginecologista informou que as crianças começaram a chorar bastante e que Isadora entrou na casa novamente atrás deles, gritando e dizendo que só iria embora levando os filhos do tio, afirmando que era filha de pais separados e não queria que os primos passassem pela mesma situação.
De acordo com Anatole, a sobrinha aparentava estar alcoolizada e por isso ele pediu várias vezes que ela fosse embora, contudo, ele disse que em determinado momento Isadora puxou as duas crianças e por isso ele segurou a jovem pelos braços para tentar contê-la e impedir que levasse seus filhos.
O médico conta que Isadora passou a morder seus braços e lhe arranhou, tendo inclusive rasgado sua camisa. Foi nesse momento que, segundo ele, após soltar de uma vez os braços de Isadora ela se desequilibrou e caiu, vindo a bater a testa na porta.
Anatole Borges disse que chegou a pegar gelo e um copo com água para a sobrinha, mas ela pegou o copo e atirou contra ele, e em seguida ligou para um conhecido, que foi lhe buscar. Pouco tempo depois, diante do tumulto que se criou no condomínio, chegou uma viatura da Polícia Militar. Os policiais adentraram a residência do médico e, segundo ele, o orientaram que registrasse um Boletim de Ocorrência.
Isadora também acusa o tio de agressão
A sobrinha do médico, no entanto, sustenta outra versão. No dia 11 de julho, a professora de direito Glenda Santos de Almeida Nogueira, mãe de Isadora e irmã de Anatole, acusou o ginecologista de agredir fisicamente sua filha. Ela sustenta que a dentista de 27 anos se dirigiu à residência de Anatole a pedido de sua esposa, que solicitou ajuda para resolver um desentendimento entre o casal.
Isadora obteve uma medida protetiva em desfavor do tio, e, segundo a mãe, chegou a sair de Teresina, temendo por sua vida.
A mãe de Isadora relatou ainda que mesmo distante de Teresina, a vítima estava recebendo mensagens da advogada do médico Anatole Borges, Ana Luiza Sampaio, solicitando um encontro para que pudessem ter uma conversa sobre o fato.
Entenda o caso
A denúncia de violência doméstica contra o ginecologista Anatole Santos de Almeida Borges foi noticiada pelo portal Viagora no dia 11 de julho. A reportagem ouviu a mãe da vítima, Glenda Borges, e ela relatou que o fato ocorreu dentro do apartamento do médico, na zona leste de Teresina.
De acordo com a denunciante, Isadora Santos foi agredida após se dirigir a casa do tio para tentar resolver uma briga entre ele e a esposa. “Ele empurrou minha filha, minha filha caiu do chão, ele puxou os cabelos dela, ela ficou tentando se sair, até que ele não se contentando, em um acesso de fúria, bateu a cabeça dela em uma porta, bateu, bateu, bateu até sair sangue. Minha cunhada foi que conseguiu tirar minha filha das mãos dele”, narrou a professora.
Ver todos os comentários | 0 |