Em entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (13), o delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que deve concluir nos próximos dias o inquérito sobre a morte do prefeito de Madeiro, Zé Filho (Progressistas), que foi assassinado com três tiros no dia 28 de novembro de 2021. O principal acusado de cometer o assassinato é Felipe Anderson Seixas de Araújo, primo do prefeito, que foi preso no dia 03 de dezembro de 2021 e confessou o crime à polícia.
Conforme o delegado Bruno Ursulino, responsável pela investigação do caso, como Felipe Seixas já confessou o crime e a motivação, o mais importante agora é mostrar no inquérito as qualificadoras do crime que ele cometeu. Segundo o delegado, ele deve responder por homicídio duplamente qualificado e se for condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
“A gente tem que analisar que dentro da figura do homicídio em si a gente tem certas nuances, no caso, as qualificadoras, então a gente tem que conseguir mostras as qualificadoras para que a gente no final esteja com o inquérito bem fechado e a devida pena possa ser aplicada. Eu acredito que ele deve ser indicado pelo motivo fútil e pela questão da traição e da emboscada, isso seria o artigo 121, parágrafo 2, inciso 2º e 4º”, explicou o delegado Bruno Ursulino.
O delegado explicou ainda que tudo o que foi colhido até o momento no bojo do inquérito continua apontando que o assassino confesso agiu de forma isolada, sem ajuda de terceiros.
“Até o momento a gente verificou que ele agiu sozinho. Nós estamos ainda finalizando oitivas porque várias pessoas foram mencionadas. O local onde o crime foi executado foi em torno de um campo, era uma final de um campeonato local, então tudo que o pessoal tem narrado, a gente tem verificado. No entanto, o que eles têm narrado bate com o fato inicial da prisão dele”, ressaltou o delegado do DHPP.
Felipe Seixas confessou crime à polícia
Conforme o delegado Bruno Ursulino, durante o interrogatório, Felipe Seixas disse à Polícia Civil que a motivação do crime seria uma perseguição que estaria sofrendo do prefeito.
“Ele relata que a motivação seria uma perseguição que a vítima faria contra ele e que fez contra o pai dele enquanto o pai dele era vivo, tendo em vista que o pai dele, na gestão anterior, era o responsável pela parte dos transportes, pela parte de gerenciamento da saída dos combustíveis lá na prefeitura e que o prefeito que faleceu chamou o pai dele de ladrão, de desonesto, o que veio a nutrir esse ódio por parte do autor do homicídio contra a vítima”, relatou Bruno Ursulino.
Ainda segundo o delegado, Felipe Seixas também alegou que o prefeito Zé Neto estaria espalhando um boato contra ele, afirmando que Felipe estava vivendo uma relação extraconjugal com a própria madrasta.
“Ele relatou que a motivação teria sido perseguição que ele sofria, que desde que o pai dele tinha sido afastado pelo prefeito que ele matou, ele já vinha sentindo esse sentimento de raiva e que posteriormente a isso o prefeito teria inventado a história de que ele teria uma relação extraconjungal com a madrasta e que isso daí alimentou mais ainda o ódio. E que no domingo ele se encontrava ao lado do campo de futebol e quando viu o prefeito estava armado e não se conteve”, completou o delegado Bruno Ursulino.
Entenda o caso
O prefeito de Madeiro, José Ribamar de Araújo Filho, mais conhecido como Zé Filho (Progressistas), foi assassinado com três tiros na noite deste domingo (28), no município de Madeiro. O principal suspeito de cometer o crime identificado como Felipe Seixas é primo de Zé Filho e sobrinho do ex-prefeito Zé Neto.
Conforme informações repassadas pela Polícia Militar, o prefeito estava acompanhando uma partida de futebol quando por volta de 18h foi surpreendido pelos disparos, que teriam partido de Felipe Seixas. O prefeito Zé Filho foi atingido com três tiros, sendo um na cabeça, um no peito e outro no ombro. Ele ainda chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital de Luzilândia, mas não resistiu aos ferimentos.
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