O GP1 obteve com exclusividade um vídeo em que o assassino confesso Felipe Anderson Seixas de Araújo aparece em uma motocicleta na frente do carro do prefeito Zé Filho (Progressistas). O vídeo foi gravado no último domingo (28), momentos antes do prefeito ser assassinado com três tiros.
Uma testemunha relatou ao GP1 que o prefeito Zé Filho foi informado que o primo, Felipe Seixas, o estava esperando na frente de seu carro, um Nissan Frontier de cor cinza, e o prefeito pediu que alguém o filmasse.
No vídeo, Felipe Seixas aparece encostado em sua motocicleta, uma Honda Bros de cor preta, vestido em uma camisa vermelha e com uma latinha de cerveja na mão.
Pouco tempo depois do registro, o prefeito de Madeiro se dirigiu até o veículo e foi surpreendido com três tiros, que o atingiram na cabeça, no braço e no tórax. O prefeito ainda chegou a ser encaminhado para o hospital de Piripiri, mas não resistiu aos ferimentos.
Felipe Seixas confessou crime à polícia
Felipe Seixas foi preso na manhã desta sexta-feira (03), em Teresina. Em entrevista ao GP1, o delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que Felipe Seixas confessou o crime e revelou a motivação à polícia.
Segundo o delegado, o acusado disse que a motivação seria uma perseguição que estaria sofrendo do prefeito. “Ele relata que a motivação seria uma perseguição que a vítima faria contra ele e que fez contra o pai dele enquanto o pai dele era vivo, tendo em vista que o pai dele, na gestão anterior, era o responsável pela parte dos transportes, pela parte de gerenciamento da saída dos combustíveis lá na prefeitura e que o prefeito que faleceu chamou o pai dele de ladrão, de desonesto, o que veio a nutrir esse ódio por parte do autor do homicídio contra a vítima”, relatou Bruno Ursulino.
Conforme o delegado, Felipe Seixas também alegou que o prefeito Zé Neto estaria espalhando um boato contra ele, afirmando que Felipe estava vivendo uma relação extraconjugal com a própria madrasta. “Ele relatou que a motivação teria sido perseguição que ele sofria, que desde que o pai dele tinha sido afastado pelo prefeito que ele matou, ele já vinha sentindo esse sentimento de raiva e que posteriormente a isso o prefeito teria inventado a história de que ele teria uma relação extraconjungal com a madrasta e que isso daí alimentou mais ainda o ódio. E que no domingo ele se encontrava ao lado do campo de futebol e quando viu o prefeito estava armado e não se conteve”, explicou o delegado Bruno Ursulino.
Fuga
Felipe Seixas relatou à polícia que após o crime se escondeu em um matagal e depois conseguiu uma carona, que o levou para o interior do Maranhão, mas que depois decidiu retornar para Teresina, onde acabou se entregando. “Essa é uma das partes que até o momento nos chama atenção. Ele alega que não estava em si, alega que no momento após o crime teria atingido um nível de estresse e pelo fato dele dizer que se encontrava embriagado, ele não sabe dizer com muita pontualidade os locais por onde ele passou. Ele narrou que após o crime teria ido para uma região que é conhecida como Chapada dos Pintos, teria ficado um tempo no mato e posteriormente a isso pegou uma carona, onde teria ido ao Maranhão e depois pegou outra carona voltando e veio para Teresina, mas não soube dizer especificamente por onde andou”, frisou o delegado Bruno Ursulino.
Arrependimento
O delegado Bruno Ursulino disse que o acusado aparentava estar arrependido e por isso teria decidido de entregar à polícia. “O que a gente percebe nele é que após o fato ser cometido, após ele ter visto toda a repercussão e tudo o que ele vai ter que responder agora, ele vê que foi uma conduta extremamente grave e reprovável”, disse Bruno Ursulino.
Investigações continuam
Bruno Ursulino ressaltou que, apesar da prisão de Felipe Seixas, as investigações vão continuar, com o intuito de esclarecer todas as circunstâncias relacionadas ao crime. “O procedimento agora é a gente estar arrecadando outras informações. Existe uma série de procedimentos, principalmente periciais que estão sendo realizados e conforme esses laudos forem sendo fornecidos para a nossa equipe, vamos analisando com tudo que já existe no bojo do inquérito, para entender melhor todas as circunstâncias que estão aliadas a esse crime”, concluiu o delegado do DHPP.
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