Os familiares do mototaxista Antônio de Sousa Rocha, assassinado a tiros após uma discussão na Avenida Maranhão, no centro de Teresina, no último sábado (10), foram até a sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta quarta-feira (14) e pediram justiça. O acusado do crime é um mototaxista clandestino, que não foi preso até o momento.
A neta do mototaxista, Priscila Raquel da Costa, desabafou sobre o sofrimento que a família vem passando por causa da morte e pela forma como seu avô foi assassinado. Ela pediu justiça e declarou que seu avô não pode, de forma alguma, virar estatística.
“Nós esperamos, com certeza, a justiça de Deus, que a gente sabe que ela não falha. Mas nós não vamos descansar enquanto a justiça não seja feita, então estamos aqui como família para pedir justiça, para que os órgãos competentes venham olhar para o caso do Antônio Rocha de forma especial, porque ele não pode ser mais um, ele não pode virar estatística, ele morreu lutando pela classe dele, pelo espaço que já era conquistado por lei, porque ele pagava impostos, pagava contas, não é justo se atacar um cidadão que estava trabalhando corretamente, pagando para estar ali”, declarou a neta.
Bastante angustiada, Inajá da Costa Rocha, filha do mototaxista, declarou que seu pai estava apenas trabalhando no momento que foi assassinado. Ela implorou para que a morte dele não fique impune e que o acusado seja imediatamente preso.
“Esse homem não pode ficar impune. Eu quero justiça pela vida que ele levou, que foi cortada. Foi interrompida a vida de um homem de quase 80 anos, só faltavam 4 meses para o meu pai fazer 80 anos, e esse monstro tirou a vida do meu pai, interrompeu a vida de um idoso. Meu pai só estava fazendo o serviço dele, que era seguir o direito que eles têm, porque eles pagam impostos, pagam tudo, e esse homem clandestinamente queria tomar o espaço de uma coisa que eles estavam trabalhando corretamente. Meu pai foi procurar o direito e, infelizmente, hoje não se pode tirar o direito, porque é tirada a vida, ele tirou a vida do meu pai”, desabafou.
Antônio Rocha trabalhava há 20 anos no local
A neta Priscila Raquel comentou ainda que os familiares já tinham pedido para o idoso se afastar das atividades, mas ele fazia questão de trabalhar, pois era como uma terapia para ele. “Nós como família já tínhamos conversado para ele se afastar, mas ele sempre quis ter a independência dele, ele sempre quis estar abraçando a família e nos recebendo bem. Então, aquilo para ele era mais como uma terapia, foram 20 anos naquele local de trabalho", finalizou.
Acusado de matar mototaxista de 79 anos premeditou crime, diz Barêtta
O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, disse em entrevista ao GP1 na manhã dessa terça-feira (13) que o acusado de assassinar o mototaxista Antônio de Sousa Rocha, 79 anos, premeditou o crime, ceifando a vida do idoso no último sábado (10), no centro de Teresina.
Segundo Barêtta, no dia anterior ao fato, ainda na sexta-feira (09), vítima e acusado tiveram uma discussão em público, que foi presenciada por várias testemunhas, e no sábado eles voltaram a ter uma breve discussão. Em determinado momento, a vítima utilizou um pedaço de madeira e se dirigiu ao acusado, que sacou a arma e efetuou quatro tiros.
Relembre o crime
O mototaxista de 79 anos foi assassinado no início da tarde do último sábado (10) no cruzamento da Rua Desembargador Freitas com a Avenida Maranhão, no centro de Teresina, após uma discussão com um mototaxista clandestino.
De acordo com relatos de testemunhas ao GP1, Rocha, como era mais conhecido, tinha um ponto localizado na calçada do Lojão do Paraíba, próximo à parada de ônibus, e sempre que mototaxistas não cadastrados na Strans se aproximavam, ele pedia que se retirassem. No entanto, por volta do meio-dia do sábado, a vítima acabou iniciando uma discussão com um mototaxista clandestino, que sacou um revólver e efetuou disparos à queima roupa.
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