A promotora de Justiça, Gianny Vieira de Carvalho, emitiu um parecer favorável para a interdição da academia “Fundo de Quintal”, onde ocorreu a luta clandestina que tirou a vida do lutador Jonas de Andrade Carvalho, no bairro Itaperu, na zona norte de Teresina, no dia 24 de abril deste ano. O parecer foi dado no último dia 11 de junho após pedido da Polícia Civil do Piauí.
No documento, a promotora destaca que o inquérito policial constatou que o evento não possuía nenhuma autorização para sua realização, pois os organizadores, tentaram obter apoio da Federação Piauiense de Boxe Amador e Profissional, mas o órgão negou devido a pandemia da covid-19 e os decretos com restrições determinadas pelo Governo do Estado.
Segundo o Ministério Público, mesmo com a negativa da federação e das orientações das autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus, os organizadores promoveram a luta de forma clandestina.
“Entende este Órgão Ministerial, portanto, que a Autoridade Policial logrou êxito em expor os motivos ensejadores do pedido em comento, visto, resta claro, o total desrespeito dos organizadores do evento esportivo perante o Decreto Estadual, como também para com a vida humana”, explica a promotora de Justiça Gianny Carvalho.
Segundo Gianny Carvalho, a interdição da academia “Fundo de Quintal”, ocorre em caráter de urgência, para evitar-se prejuízos e danos a terceiros, com fundamento no artigo 268 do Código Penal e no Decreto Estadual n° 19.582/2021.
Entenda o caso
Tudo começou com um evento clandestino de boxe que foi realizado no bairro Itaperu, na zona norte da Capital, no dia 24 de abril de 2021. Jonas de Andrade estava lutando quando sofreu vários socos na região da cabeça e precisou ser socorrido para um hospital.
De acordo com o delegado Menandro Pedro, titular do 7º Distrito Policial de Teresina, que presidiu o inquérito policial sobre a morte do jovem, foram constatadas diversas irregularidades na realização do evento.
Ao todo, oito pessoas foram indiciadas, sendo quatro por homicídio culposo em razão da morte do lutador de boxe, incluindo dois organizadores do evento - José Cláudio Lima Sales e Francisco Rulimar Soares, o lutador Jonatas Gomes Pereira e o árbitro Allef Jordelly Alves Costa, além de quatro profissionais de saúde por crime contra a saúde pública.
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