O promotor José Luiz, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), disse em entrevista coletiva nesta terça-feira, 1º de junho, que o corretor de veículos Francisco Ismael Rodrigues Soares, assassinado em dezembro de 2020, na Avenida Barão de Gurguéia, em Teresina, movimentou a quantia R$ 2 milhões no período de três meses antes da sua execução.
O promotor, além do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficou responsável pelas investigações que culminaram com sete prisões ocorridas na manhã de hoje, durante a Operação “Codinome 40”, deram detalhes de como atuavam outros indivíduos suspeitos de lavarem dinheiro oriundo da facção criminosa “Bonde dos 40”.
“A investigação verificou que o corretor Francisco Ismael operava na lavagem dinheiro, tentando tornar o dinheiro ilícito em lícito. Atualmente, a corretagem de veículos passou a ser uma atividade procurada por organizações criminosas, tanto organizações de colarinho branco como organizações violentas, como é o caso da presente investigação. A título de informação, o próprio Francisco Ismael, nos três meses anteriores a morte dele, operou mais de R$ 2 milhões em dinheiro, boa parte desse dinheiro em saque em espécie”, relatou o promotor.
Operação Codinome 40
A operação deflagrada nesta manhã prendeu sete pessoas ao todo, sendo três apontadas como responsáveis pela execução do corretor de veículos e outros três indivíduos que atuavam como locadores, corretores e operadores financeiros responsáveis pela lavagem de dinheiro da facção. Outra pessoa também foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, durante os cumprimentos dos mandados. A polícia não revelou o nome dos presos.
Presos pela execução do corretor
O delegado Luiz Guilherme, do DHPP, explicou que eram quatro mandados de prisão pela execução do corretor e que três foram cumpridos nesta manhã, sendo que dois dos alvos já estavam presos por outros crimes. O outro mandado de prisão que não foi cumprido é em desfavor de Guilherme Duarte, mais conhecido como Guigui, que segue foragido da polícia.
“A investigação iniciou-se com o assassinato do Francisco Ismael, que era corretor de veículos com atuação na Barão de Gurgueia. A partir desse fato nós traçamos estratégias no sentido de desbaratar os executores do crime. Na manhã de hoje foram presos três deles", disse o delegado.
Presos acusados de lavagem de dinheiro
A coordenadora do GAECO, promotora Débora Geane, relatou que foram cumpridos três mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão contra locadoras, corretoras e operadores financeiros que participavam desse esquema de lavagem de dinheiro junto com o corretor Francisco Ismael.
“Esses mandados de hoje dizem respeito a locadores e corretoras e operadores financeiros que eram relacionados com a pessoa do Francisco Ismael, pessoas que fizeram negócios, que operaram e que isso favoreceu direto ou indiretamente a lavagem de dinheiro, por isso, foram feitos pedidos de prisão temporárias e busca e apreensão, exatamente, para se investigar essa linha de lavagem de dinheiro”, relatou a promotora.
Relembre a execução de Francisco Ismael
Um corretor de veículos identificado como Francisco Ismael, de 37 anos, foi assassinado com vários disparos de arma de fogo na tarde da quarta-feira, 2 de dezembro de 2020, em frente a loja RR Veículos, na Avenida Barão de Gurguéia, zona sul de Teresina.
Testemunhas relataram que a vítima estava sentada em uma cadeira na frente da loja, quando foi surpreendida por mais de 20 disparos de arma de fogo. Ismael ainda correu para entrar dentro do estabelecimento, mas acabou indo a óbito na porta da loja.
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