Foi realizada na Câmara Municipal de Teresina, na manhã desta quinta-feira (20), o segundo dia de CPI do Transporte Público. Nas oitivas de hoje, foi ouvido o empresário Afrânio Euclides Sousa, proprietário da Emvip que compõem o Consórcio Poty. O consórcio conta com quatro empresas operando e hoje também seria ouvido o dono da Cidade Verde, que não compareceu alegando suspeita de contaminação pela covid-19.
O presidente da CPI, vereador Dudu Borges (PT), falou sobre o depoimento do empresário. De acordo com o petista, o edital da licitação realizada em 2015 foi descumprido em vários pontos, conforme informações fornecidas pelo empresário.
“Temos que mexer no conjunto todo dessa licitação, temos que pactuar essa licitação para que ela seja operativa. Pior do que ele [Afrânio] é o povo que paga à vista e tem o transporte ruim. Eles [empresários] disseram que só podem investir se tiver o dinheiro público. Quando assinou essa licitação não se falou isso”, analisou.
“Foram apresentadas garantias reais e eu vou cobrar isso também do edital. Quais as garantias reais que as empresas deram, inclusive, com condições técnica e financeira para executar o edital. Tem muita coisa do edital que está sendo descumprida ao longo de seis anos. Essa foi a impressão que o empresário deixou aqui, descumprimento da licitação”, completou o vereador.
Falta de pagamento
Dudu disse que Afrânio Euclides Sousa admitiu que houve quebra de compromisso com aquilo que os empresários se comprometeram a oferecer para os usuários do transporte público. “A população está sem transporte público. O depoente colocou dados importantes, muitas questões à luz. Colocou que o sistema está com falta de pagamentos, mas ele disse aqui que as empresas descumpriram parte do edital que eles se comprometeram a assinar, como realização de melhorias de condições contratuais assinadas por ele”, disse.
Acordos Judiciais
Dudu Borges condenou o fato de ao longo dos últimos anos, após a realização da licitação do transporte público, terem sido feitas, no mínimo, quatro acordos judiciais.
“O empresário [Afrânio] disse ainda que ao longo desses cinco anos, já foram feitos de três a quatro acordos que ele nem sabe o tanto. Ele sabe o valor do último, mas não sabe o valor que a empresa dele recebeu. Uma licitação que tem seis anos em execução, já foram feitos quatro acordos judiciais. Se pagar agora vai resolver? Não vai, ele mesmo provou aqui”, finalizou.
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