A CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Teresina deu continuidade, nesta quinta-feira (20), aos trabalhos ouvindo o empresário Afrânio Euclides Sousa, dono da empresa Emvip, que integra o Consórcio Poty.
De acordo com o presidente da comissão, o vereador Dudu, serão ouvidos os representantes de todas as empresas que fazem parte de todos os consórcios que atuam em Teresina. O Consórcio Poty é composto pelas empresas Piauiense, Emvipi, Premium e Cidade verde, que atuam na zona norte.
O empresário Afrânio Euclides afirmou que hoje, a empresa possui 11 ônibus circulando. “O Consórcio Poty é formado por quatro empresas, todas elas têm um percentual dentro do consórcio, os 11 carros que eu falei são da Emvip, a Strans faz essa redução de frota por causa da pandemia e nos dá a ordem de serviço para cumprir horários com essa diminuição rodando 30% da frota”, explicou.
Ainda segundo Afrânio, a empresa aderiu a Medida Provisória que determinou que o Governo Federal arcaria com 70% dos salários dos trabalhadores e 30% seriam de responsabilidade da empresa. “A empresa não tinha condições financeiras de demitir funcionários naquela época, o Governo Federal implantou a MP e nós colocamos todos os funcionários na MP, porque eu não tinha recursos para pagá-los. Agora até para eu pagar os 30% precisava do aporte da prefeitura para cumprimos obrigações. Ano passado, repito, nós tínhamos esse aporte da prefeitura e fomos tocando até dezembro de 2020”, relatou.
O empresário explicou ainda que todos os pagamentos que a empresa recebia da Prefeitura de Teresina eram atrasados e feitos após acordo. “Foram acordos feitos depois dos atrasos, a gente só recebia fazendo acordo judicial. Juntava uma bola de neve, fazia o acordo, trabalhava, juntava outra bola de neve, e fazia outro acordo, não dava pra empresa sobreviver e fazer as coisas corretamente vivendo sempre no atraso”, afirmou.
Sobre a declaração do prefeito Dr. Pessoa de que os empresários não têm coração, Afrânio respondeu: “Fiquei triste com ele. Eu sou um ser humano, sou pai, sou avô, ele dizer que eu não tenho coração? Pra você bater e jogar pedra é muito bom”.
“O transporte sempre leva pancada, é hostilizada, talvez essa CPI mostre o que é o transporte na realidade. Duas coisas muito sérias aconteceram: o repasse da prefeitura e a pandemia. A pandemia acabou com o transporte de Teresina, em outras capitais também, mas em outras capitais as prefeituras conseguiram fazer acordo com o transporte, aqui não, Teresina não fez acordo nenhum, deixou arrebentar e está arrebentado”, declarou.
A CPI ouviria também o empresário Solfieri Silva, da Cidade Verde, no entanto ele não compareceu com a justificativa de que estava com suspeita de covid-19. A oitiva será remarcada. Na próxima terça-feira (25), a CPI ouvirá os representantes das outras duas empresas do Corsórcio Poty.
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