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Teresina - Piauí

Dudu diz que empresários do Setut obrigavam funcionários a cometer crime

Dudu é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público na Câmara Municipal.

O vereador Edilberto Borges, o Dudu (PT), disse em entrevista à imprensa nesta terça-feira (18), que os empresários do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) obrigavam os funcionários a cometer crime de falsidade ideológica. Dudu é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público na Câmara Municipal.

“O sindicato fez várias denúncias graves, de trabalhadores que estão sendo obrigados a inclusive cometer crimes de falsidade ideológica. Quando você assina um recibo, uma questão trabalhista e você não teve aquele direito resguardado, é forçar a barra para que o trabalhador cometa um crime”, destacou Dudu.


Foto: Lucas Dias/GP1Vereador Dudu
Vereador Dudu

Sintetro

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Ajuri Dias, contou que desde o mês de março de 2020 os empresários reduziram os salários dos funcionários e deixaram de pagar os benefícios como ticket alimentação e plano de saúde.

“O Setut recebeu o reajuste na tarifa e recebia da prefeitura o valor reajustado e diminuiu os salários dos trabalhadores e pagava um salário inferior, de R$ 1.941, quando eles pegaram na tarifa 4.48 que o salário deveria ser R$ 2.039. A partir daí não pagaram os salários de forma devida e nem os benefícios. Fizeram adesão à MP, não pagavam os benefícios que a MP exigia e nem os salários como era para ser pago”, disse.

Foto: Lucas Dias/GP1Ajuri Dias, Presidente do SINTETRO
Ajuri Dias, Presidente do SINTETRO

Não recebiam contracheques

Ajuri disse ainda que os funcionários assinavam os recibos e não recebiam os contracheques. “A partir desse período o Setut se utilizou de toda as formas devidas e indevidas para fazer o pagamento dos salários. Até a forma de recibo, não recebemos contracheques. A maioria das empresas não dá contracheque para não caracterizar o valor dos salários pagos e nem pagava os 30%. Em 8 meses de MP o Setut não pagou nenhum mês de benefícios, o ticket e o plano de saúde”, continuou.

Dr. Pessoa não recebeu categoria

Ainda conforme o presidente do Sintetro, a nova gestão não tem facilitado a conversa entre o prefeito Dr. Pessoa (MDB) e a categoria. Ajuri informou que pediu um encontro com o prefeito, mas não obteve resposta.

“Antes a gente tinha acesso ao prefeito. A gente enviou um ofício para o prefeito atual pedindo que recebesse o sindicato e até hoje não recebemos resposta por parte do prefeito em relação a essa situação e colocamos para o gestor do município que existia um interesse nosso de contribuir com o sistema”, seguiu.

60% demitidos

Ajuri disse que 60% dos trabalhadores do setor foram demitidos com a promessa de que seriam contratados em um momento posterior e denunciou que muitos colegas ficaram sem o valor referente a multa de rescisão de contrato e FGTS.

“Hoje em torno de 60% de demissão dos trabalhadores. A maioria dos acordos foi feito individual na empresa, com proposta de retorno e muitos deles não voltaram. Alguns deles perderam 30%, 40% da sua multa do FGTS. São valores grandes de R$ 15 mil, R$ 20 mil. Nesse período de pandemia quem perdeu foram os trabalhadores e quem se beneficiou foram os empresários”, finalizou.

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