Wanessa Gommes
Mesmo com a prisão de Felipe Anderson Seixas de Araújo, assassino confesso do prefeito de Madeiro, Zé Filho (Progressistas), as investigações sobre o crime continuam, pois o inquérito policial ainda não foi concluído. Em entrevista do GP1 na manhã desta quinta-feira (16), o delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que vai pedir a prorrogação da prisão temporária do acusado, para ter mais tempo de colher provas e ouvir testemunhas.
“Até agora a gente não tem o inquérito concluso, a gente tem que concluir as diligências para juntar o máximo de elementos de informação possíveis. Foram ouvidas quase 30 pessoas, entre familiares e testemunhas, inclusive o acusado, que está preso. A gente vai estar protocolando até nesta sexta um pedido de prorrogação da prisão temporária para que ele continue preso e nós possamos concluir o inquérito com mais tranquilidade. Como se trata de um crime de homicídio que na nossa visão trata-se de homicídio qualificado, temos um prazo de 30 dias, mas quando a gente faz um pedido de prorrogação dessa prisão temporária, a gente ganha mais 30 dias”, explicou o delegado Bruno Ursulino.
De acordo com o delegado Bruno Ursulino, muitas diligências ainda precisam ser realizadas, inclusive uma perícia no celular do prefeito Zé Filho, que pode apontar a motivação do crime.
“Não temos dúvida quanto a autoria, do rapaz que foi preso. Agora temos que trabalhar muito a questão da motivação, até para que a gente consiga trabalhar a questão circunstancial, como por exemplo as qualificadoras. Quando a gente pericia o celular da vítima, a gente tenta buscar firmar a motivação a fim de que a gente consiga dar uma maior robustez as qualificadoras do crime”, ressaltou o delegado.
Felipe Seixas agiu sozinho
O delegado Bruno Ursulino ressaltou que o DHPP continua trabalhando com a hipótese de que Felipe Seixas tenha premeditado o crime e agido sozinho. “O inquérito continua em aberto, mas a princípio a gente continua trabalhando com essa hipótese [de que Felipe Sexas agiu sozinho]”, frisou o delegado.
Prisão
Felipe Anderson Seixas de Araújo foi preso no dia 03 de dezembro de 2021, acusado de assassinar o prefeito de Madeiro, Zé Filho (Progressistas), com três tiros, no dia 28 de novembro de 2021.
Felipe Seixas foi preso em Teresina após uma negociação entre a Polícia Civil e a defesa do acusado.
O crime
O prefeito de Madeiro, José Ribamar de Araújo Filho, mais conhecido como Zé Filho (Progressistas), foi assassinado com três tiros no dia 28 de novembro de 2021, no município de Madeiro.
Conforme informações repassadas pela Polícia Militar, o prefeito estava acompanhando uma partida de futebol quando por volta de 18h foi surpreendido pelos disparos, que teriam partido de Felipe Seixas. O prefeito Zé Filho foi atingido com três tiros, sendo um na cabeça, um no peito e outro no ombro. Ele ainda chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital de Luzilândia, mas não resistiu aos ferimentos.
Vídeo flagrou acusado antes do assassinato
O GP1 obteve com exclusividade um vídeo em que o assassino confesso Felipe Anderson Seixas de Araújo aparece em uma motocicleta na frente do carro do prefeito Zé Filho (Progressistas). O vídeo foi gravado momentos antes do prefeito ser assassinado com três tiros.
Uma testemunha relatou ao GP1 que o prefeito Zé Filho foi informado que o primo, Felipe Seixas, o estava esperando na frente de seu carro, um Nissan Frontier de cor cinza, e o prefeito pediu que alguém o filmasse.
No vídeo, Felipe Seixas aparece encostado em sua motocicleta, uma Honda Bros de cor preta, vestido em uma camisa vermelha e com uma latinha de cerveja na mão. Pouco tempo depois do registro, o prefeito de Madeiro se dirigiu até o veículo e foi surpreendido com três tiros.
Felipe Seixas confessou crime à polícia
Conforme o delegado Bruno Ursulino, Felipe Seixas disse que à Polícia Civil a motivação do crime seria uma perseguição que estaria sofrendo do prefeito.
“Ele relata que a motivação seria uma perseguição que a vítima faria contra ele e que fez contra o pai dele enquanto o pai dele era vivo, tendo em vista que o pai dele, na gestão anterior, era o responsável pela parte dos transportes, pela parte de gerenciamento da saída dos combustíveis lá na prefeitura e que o prefeito que faleceu chamou o pai dele de ladrão, de desonesto, o que veio a nutrir esse ódio por parte do autor do homicídio contra a vítima”, relatou Bruno Ursulino.
Ainda segundo o delegado, Felipe Seixas também alegou que o prefeito Zé Neto estaria espalhando um boato contra ele, afirmando que Felipe estava vivendo uma relação extraconjugal com a própria madrasta.
“Ele relatou que a motivação teria sido perseguição que ele sofria, que desde que o pai dele tinha sido afastado pelo prefeito que ele matou, ele já vinha sentindo esse sentimento de raiva e que posteriormente a isso o prefeito teria inventado a história de que ele teria uma relação extraconjungal com a madrasta e que isso daí alimentou mais ainda o ódio. E que no domingo ele se encontrava ao lado do campo de futebol e quando viu o prefeito estava armado e não se conteve”, explicou o delegado Bruno Ursulino.
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