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"Botei para matar", diz suspeita de assassinar colega com tesoura em Teresina

Silvana Oliveira Lima foi atingida com vários golpes de tesoura dentro de uma loja no centro de Teresina e acabou morrendo após passar três dias internada no HUT.

A família de Silvana Oliveira Lima, que acabou morrendo no sábado (01) depois ter sido agredida com vários golpes de tesoura por sua colega de trabalho na última quinta-feira (30), dentro de uma loja no centro de Teresina, clamou por Justiça diante da tragédia que tirou a vida da diarista, que deixou o marido e duas filhas de 10 e 16 anos de idade.

Em entrevista ao GP1, na manhã desta segunda-feira (03), Samara Oliveira falou dos últimos momentos que passou com a irmã, que lutou durante três dias para sobreviver na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). “Ela tinha prazer em trabalhar para dar uma vida melhor para as filhas. Depois da pandemia, que a chamaram de novo, ela ficou tão alegre. Foi inveja, não tem outra explicação! Essa mulher destruiu sonhos, planos, destruiu um futuro. A filha dela hoje fala: ‘quantos sonhos que a gente fez? A senhora não deixava faltar nada para nós, mamãe’. Nós a visitamos na UTI, ainda na sexta-feira, mas a gente sabia que ela não iria sobreviver, porque o rapaz que a socorreu na loja disse que ela sempre falava: ‘cuida da Letícia e da Maria Eduarda para mim’, que eram as duas filhas dela”, disse a irmã.


  • Foto: Reprodução/FacebookSilvana Oliveira LimaSilvana Oliveira Lima, vítima do crime

'Botei para matar'

Silvana Oliveira Lima foi atingida a golpes de tesoura dentro de uma loja de roupas na tarde de quinta-feira (30), em frente a Central de Flagrantes de Teresina. Segundo o DHPP, a vítima trabalhava no local e a suspeita do crime, a colega de trabalho Maria do Socorro, foi presa em flagrante delito, ainda no local.

Familiares relataram que logo depois de cometer o crime na presença de outras pessoas, a suspeita afirmou a intenção de matar a colega de trabalho, fato que deixou a todos perplexos. “Na hora que o rapaz socorreu minha irmã, ela [suspeita] disse assim: ‘eu botei para matar’. Quando aconteceu isso eu me perguntei o motivo de ela ter feito isso com a Silvana, até porque a Silvana nunca fez mal a ninguém”, ressaltou Samara Oliveira.

Mensagem no celular revela clima normal entre vítima e acusada

Uma troca de mensagens entre Silvana e Maria do Socorro, na manhã do dia que ocorreu a agressão, revelou que, a princípio, as duas colegas mantinham uma relação tranquila. “De manhã ela [acusada] mandou uma mensagem, perguntando o sabor do refrigerante, porque ela vendia lanche lá, e a minha irmã só respondeu assim: ‘Dona Socorro, eu quero o tradicional tá bom?’, acrescentou.

Gerente da loja

Em um breve relato ao GP1, na manhã de hoje, a gerente da loja relatou que na sala onde Silvana Oliveira foi agredida não há câmeras de segurança, mas que os demais funcionários presenciaram tudo. “As duas voltaram recentemente, por causa da pandemia e estavam trabalhando agora como diaristas. O caso foi na frente de outros funcionários, mas não tem imagens”, pontuou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Loja onde mulher foi agredida com golpes de tesouraLoja onde mulher foi agredida com golpes de tesoura

Investigações

A delegada Luana Alves, titular do Núcleo de Feminicídio, afirmou que o inquérito foi instaurado no momento do auto de prisão em flagrante da suspeita, que deverá ser ouvida logo em seguida, a fim de responder aos questionamentos que vão surgir durante as investigações. A motivação para o crime ainda é uma incógnita.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegada Luana AlvesDelegada Luana Alves

“O inquérito iniciou com o auto de prisão em flagrante e o prazo começa no dia da prisão. Agora, vamos seguir com as diligências investigativas. A motivação e o que aconteceu exatamente, somente vamos saber no andamento das investigações e da análise do flagrante. O próprio crime pode ser uma lesão corporal seguida de morte, um homicídio e, inclusive, pode ser um feminicídio, pois a questão do feminicídio é a caraterística da vítima ser mulher, o agressor pode ser qualquer pessoa”, pontuou.

Família quer Justiça

Samara Oliveira fez um último relato apreensivo em meio a falta de informações sobre o que motivou o crime bárbara contra a irmã. Emocionada, ela quer Justiça. “Nós vamos atrás de Justiça, até porque tem muita história que não está batendo, os funcionários estão todos frios, ninguém sabe de nada e não existe isso. É certo que ninguém quer se prejudicar, mas tem que colaborar, pois de qualquer forma é uma vida, é uma mãe”, finalizou.

Maria do Socorro teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e foi encaminhada na manhã desta segunda-feira (03) para o sistema penitenciário do Estado.

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