Brunno Suênio
As investigações sobre as mortes de duas pessoas que haviam sido apontadas como responsáveis pelo latrocínio do soldado da Polícia Militar Lídio Mesquita, ocorrido no final dia 22 de julho, estão sendo executadas pelo Departamento de Homicídio de Proteção à Pessoa (DHPP), sob responsabilidade do delegado Robert Lavor.
A dupla foi abatida durante confronto com a Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública no dia 24 de julho em dois locais distintos, na zona norte de Teresina. Na época dos fatos, Pedro, vulgo “Pedim”, e Lucas foram a óbito e terminaram sendo apontados com autores da morte do soldado.
- Foto: Divulgação
Pedro e Lucas
No entanto, na tarde dessa terça-feira (25), os verdadeiros investigados pelo latrocínio do PM foram apreendidos pela equipe do delegado Genival Vilela, do DHPP. Ao GP1, ele informou que identificou o responsável pelo disparo, um adolescente de 17 anos, que estava escondido no bairro Cidade Nova, em Timon, e seu comparsa, o Lucas, que participou da ação criminosa e foi localizado no bairro Buenos Aires, zona norte de Teresina.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Delegado Genival Vilela
“Essas pessoas que foram assassinadas não tinham relação com a morte do Lídio, é o que a investigação aponta. Os dois menores, que a gente pegou, estão envolvidos na morte do soldado Lídio, que morreu na Vila São Francisco. Após o fato, a gente ficou trabalhando na investigação. Eu sei que tinha muita gente querendo pegar os dois, mas fizemos aquele nosso trabalho de rotina, de investigar a fundo para tentar provar o envolvimento”, enfatizou.
Duplo homicídio
O delegado Robert Lavor, responsável pelas mortes de Pedro e Lucas, iniciou as oitivas desde o dia 24 de julho, a fim de esclarecer em quais circunstâncias se deram os dois homicídios.
Duas armas de fogo, que foram entregues pelos policiais que participaram da ocorrência, vão passar por perícia e algumas testemunhas do caso já foram ouvidas pelo delegado Robert Lavor, que ressaltou que ao final do inquérito o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa vai identificar se houve legítima defesa na ação policial, que teve como resultado duas mortes de jovens que não tinham relação com o latrocínio de Lídio Mesquita, mas já possuíam ficha criminal pelas práticas de roubos.
O que diz a Polícia Militar do Piauí
Em nota, a Diretoria de Comunicação da Polícia Militar do Piauí informou que foi instaurado Inquérito Policial Militar através da corregedoria geral da PM-PI para que o caso seja investigado.
Leia a nota da PM-PI na íntregra:
A Polícia Militar do Estado do Estado do Piauí informa que no tocante às diligências sobre o homicídio do CB PM Lídio Mesquita, ocorrido no dia 22 de julho de 2020, em que culminou no óbito dos nacionais P. L. S. S. e L. R. S. P, ao resistirem as prisões perante as forças policiais, estão sendo devidamente apurados pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e que o Inquérito Policial Militar foi instaurado através da corregedoria geral da PMPI.
Teresina, 26 de agosto de 2020.
ELZA Rodrigues Ferreira - Ten Cel PM Diretora de Comunicação Social da PMPI
Entenda o caso
O soldado identificado como Lídio Roberto de Sousa Mesquita, lotado no 13º Batalhão da Polícia Militar do Piauí, foi assassinado com um disparo de arma de fogo na cabeça durante assalto na tarde do dia 22 de julho, às 14h13 na Rua Londrina, na Vila São Francisco, situado na zona norte de Teresina.
Dois suspeitos se deslocavam a pé, um em cada lado da rua, tentando abordar motoqueiros que passavam na região. Quando o soldado se aproximou da dupla, os bandidos foram para o meio da via, forçando a parada do policial militar, que ainda tentou se livrar dos assaltantes, mas acabou sendo baleado sem sequer reagir.
Logo depois do crime, a Polícia Militar iniciou buscas ininterruptas aos suspeitos e depois de dois dias a Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública localizou duas pessoas, suspeita de participação na morte do soldado Lídio.
No primeiro caso, Pedro foi localizado na região da Santa Maria da Codipi e de acordo com a Força Tarefa, ele resistiu à prisão e foi neutralizado. O segundo caso, Lucas, também foi neutralizado na região do Parque Brasil nas mesmas circunstâncias. “Nós estamos aqui para prender, mas não vamos dar peito para vagabundo estar atirando em polícia. Esses dois indivíduos, o Luquinhas e o Pedim, como eram conhecidos, eram o terror da zona norte. Foram eles que covardemente tiraram a vida do nosso policial. Hoje conseguimos a localização deles. Fizemos o cerco, eles não atenderam a voz de prisão, confrontaram com nossas equipes da Força Tarefa e da Polícia Militar, foram baleados e prestamos o devido socorro”, informou.
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