A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informou nesta terça-feira (25) que o Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis) realizou o exame de comprovação de estupro na menina de seis anos, que foi abordada por um funcionário suspeito em um sítio no Povoado Santa Luz, zona rural leste de Teresina.
Na tarde de ontem, o suspeito de ter estuprado a vítima foi solto, pois a Polícia Civil do Piauí alegou que o exame de comprovação de estupro não foi realizado na vítima por falta de profissional no Samvis. No entanto, a Sesapi explicou que o procedimento foi feito, constatando que o abuso não foi consumado.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde disse ainda que, embora o exame não tenha sido realizado no dia 22 de agosto, a criança foi atendida no domingo (23) por profissionais do Samvis. O motivo da não realização do exame, conforme relatos da equipe de profissionais de saúde, foi o fato de os policias que acompanhavam a vítima terem se recusado a esperar pela troca de plantão.
“Ressaltamos que o atendimento no dia seguinte não gerou prejuízo ao exame que constatou que o abuso não foi consumado. Lembramos ainda que o SAMVVIS funciona 24 horas com equipe multiprofissional e presta serviço que é referência nacional”, diz a Sesapi em nota.
O que diz a Polícia Civil
Segundo a Polícia Civil do Piauí, o delegado plantonista da Central de Flagrantes solicitou o exame, porém não foi realizado, pois o profissional para o procedimento, responsável pelo Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis) estava acometido pela covid-19.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, mesmo com a situação do crime, o caso necessita de investigações, pois nenhuma das testemunhas, como a mãe da criança, a Polícia Militar e a própria vítima puderam identificar o suspeito.
Entenda o caso
Em entrevista ao GP1, a comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Joseline Gomes Feitosa, informou que o caso ocorreu no final da noite de sábado, 22 de agosto, em um sítio no Povoado Santa Luz, onde uma criança de seis anos foi vítima de estupro durante uma festa em família. Um dos funcionários do local é o principal suspeito do crime.
“No Povoado Santa Luz, uma família havia alugado o sítio para fazer uma comemoração e já na parte da noite, uma criança estaria brincando em uma parte do sítio, uma área aberta, quando um homem que estaria trabalhando no local, teria abordado a criança. A vítima correu, contou para os pais e então as pessoas que estavam por lá, pegaram uma das pessoas que trabalhava no local. A criança descreveu as características do suspeito e havia um funcionário com as mesmas características, com isso, um foi levado para a Central e o outro não foi localizado pela PM”, ressaltou.
Confira a nota da Polícia Civil na íntegra
A Delegacia Geral de Polícia Civil informa que não foi realizado o auto de prisão em flagrante em virtude da necessidade de maiores investigações que o caso requer, visto que nenhuma das testemunhas ouvidas, PMs e a mãe da criança, apresentadas na Central de Flagrantes de Teresina puderam confirmar a autoria do crime. A vítima também não conseguiu identificar o suposto autor.
O delegado responsável requisitou laudo pericial de exame sexual, que segundo a mãe da menor e policiais militares não foi realizado, já que o SAMVVIS informou aos mesmos que o profissional responsável por tal procedimento se encontrava acometido pela Covid-19, não tendo substituto naquele momento. Todas as informações constam no Relatório de Ocorrência realizado pela Polícia Civil.
As investigações prosseguem a cargo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente-DPCA.
Leia a nota da Sesapi na íntegra
Sobre o caso da menor que foi vítima de tentativa de agressão sexual no último sábado (22) , Maternidade dona Evanvelina Rosa (MDER) informa que a criança foi atendida pelo Serviço de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sexual (SAMVVIS) no domingo (23). A menina não foi atendida no sábado (22) à noite, segundo relato da equipe porque os acompanhantes - policiais- se recusaram a esperar, já que o horário da chegada acontecia a troca de plantão.
Ressaltamos que o atendimento no dia seguinte não gerou prejuízo ao exame que constatou que o abuso não foi consumado.
Lembramos ainda que o SAMVVIS funciona 24 horas com equipe multiprofissional e presta serviço que é referência nacional.
Reforçamos ainda que a prisão em flagrante do agressor independe do laudo do SAMVVIS
Por fim, registramos todo respeito e estima à honrosa Polícia Civil do Estado do Piauí pelos relevantes serviços prestados à sociedade.
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