Aconteceu nesta sexta-feira (13), no plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Piauí, o painel de debates "Mulheres e Participação Política", organizado pelo TRE-PI, em parceria com a Fundação Wall Ferraz, a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e o Conselho Municipal de Direitos da Mulher. O evento contou com a presença do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Castro Filho.
O painel contou com a participação de especialistas da Justiça Eleitoral, juristas e estudiosos na área, pesquisadores da academia, militantes de movimentos sociais e partidários, estudantes e da comunidade em geral. O objetivo trouxe discussões sobre as mudanças na legislação eleitoral, os obstáculos e os desafios quanto à participação feminina nas eleições e a necessidade da representação feminina nas diferentes instâncias de poder político, como forma de enfrentando à desigualdade de gênero e fortalecimento da democracia.
Castro Filho ministrou uma palestra, fazendo um apanhado histórico da luta das mulheres para garantirem participação na política. “Fiz um histórico rápido da mulher na vida política do Brasil, começando na época da antes da república, e o anseio da mulher de conseguir o direito ao voto”, explicou.
Para o jurista, o grande desafio na atualidade consiste em educar e conscientizar, sobretudo os homens, quanto a necessidade de se combater as práticas machistas, que colocam a mulher em posições inferiores. “É necessário conscientizar e lutar, e educação se dá em casa. Escola é feita para instruir, não devemos confundir instrução com educação. Os pais devem preparar seus filhos, para retirar deles essas discriminações, esse espírito machista que sempre orientou o mundo”, colocou o ex-ministro.
Segundo o presidente do TRE-PI, desembargador Francisco Antônio Paes Landim, o evento ilustra bem a política da Justiça Eleitoral, que busca promover a maior participação feminina nas instâncias de poder. “Isso se enquadra perfeitamente dentro da política pública da Justiça Eleitoral, que quer promover a ampla participação da mulher na vida política brasileira, inclusive com o aumento de candidaturas femininas pelos partidos que disputam as eleições”, afirmou.
Na avaliação do desembargador, falta interesse dos partidos políticos em promover uma participação mais efetiva das mulheres nas disputas eleitorais. “É preciso que a população feminina tome consciência dos seus direitos políticos e possa reivindicá-los perante os partidos. Acho que falta interesse dos partidos políticos, que deveriam ser os maiores interessados na participação política da mulher. Assim, poderíamos alavancar o contingente desse eleitorado, que é majoritário, inclusive, em relação aos homens”, ressaltou.
A agente de saúde Ana Rosa, pré-candidata a vereadora de Teresina, compareceu ao evento e compartilho com o GP1 sua experiência pessoal, que a fez trilhar o caminho da política. “Em todos os espaços da sociedade ainda somos poucas, e eu, revoltada com a situação política do Brasil, me lancei como pré-candidata a vereadora de Teresina, transformando a minha indignação. Acredito em um país melhor e em uma Teresina bem melhor com a mulher no poder”, destacou.
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