O juiz de direito Arilton Rosal Falcão Júnior, da Vara Única da Comarca de Esperantina, deferiu pedido de Jailson de Sousa Xavier, acusado de matar o vereador Antônio Aristides de Carvalho, o “Tote Aristides”, para se ausentar da comarca para trabalhar na empresa Fortes Engenharia Ltda, em Minas Gerais. A decisão foi dada 23 de setembro deste ano.
O pedido de Jailson solicitava autorização para se ausentar da comarca para trabalhar na empresa Fortes Engenharia Ltda, com endereço em Indianópolis, Minas Gerais com vistas a buscar ocupação para sustento próprio indicando o endereço onde irá residir.
- Foto: Divulgação/PCJailson de Sousa Xavier
O Ministério Público do Estado do Piauí se posicionou de forma favorável ao pedido. “Como é por todos sabido, há pouca oportunidade de emprego em nossa região, cuja economia gira em torno principalmente de pequenos comércios e de agricultura familiar. O requerimento do acusado visa que ele possa normalmente e licitamente garantir o sustento digno seu e de sua família”, destacou o juiz na decisão.
Ainda de acordo com o magistrado, como o motivo da viagem se trata de uma oportunidade de emprego, que irá contribuir para a ressocialização do acusado, não há outro caminho senão o deferimento do pleito.
“Defiro o requerimento, fixando, entretanto, algumas condições que devem ser criteriosamente observadas pelo beneficiário, sob pena de revogação do benefício: remeter a este juízo, via Correio, dentro do prazo de 30 dias a contar da data desta decisão, cópia da Carteira de Trabalho assinada pela empresa”, decidiu.
Por fim determinou a expedição de Carta Precatória para a Comarca de Araguari/MG, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar o cumprimento das medidas cautelares impostas.
Relembre o caso
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, no dia 28 de agosto de 2016, por volta de 18h00min, o acusado, Jailson de Sousa Xavier, vulgo "Chapéu", chegou à residência de seu irmão (Antônio Gil Sousa Xavier) à procura de sua esposa, Maria Alice Carvalho Santos. Na ocasião, Jailson teria ameaçado sua companheira de morte, tendo dito "mulher vai pra casa pra tu morrer lá".
- Foto: PortalespVereador Tote
Após a ameaça, Jailson passou a agredir sua esposa/companheira. De modo a fazer com que as agressões cessassem, o irmão do acusado, Antônio Gil, intercedeu na situação, que só foi resolvida com a chegada do pai de Jailson e Gil, Pedro Luiz Cirino Xavier.
Após breve conversa com o pai, bem como inconformado com a situação (terem feito cessar as agressões em relação a sua companheira), Jailson dirigiu-se até sua residência, onde se armou com um revólver. Com a confusão gerada na casa do irmão do denunciado, Maria Esperança (companheira do irmão do denunciado) começou a passar mal, chegando a desmaiar.
Antônio Aristides de Carvalho, presidente da Câmara de Esperantina à epoca, encontrava-se na casa de sua ex-nora, Iolanda, indo posteriormente até a casa de Antônio Gil de modo a prestar assistência a Maria Esperança, que já tinha recobrado os sentidos e dispensado a necessidade de ida até o hospital. Na oportunidade, o vereador colocou-se à disposição para caso precisassem de ajuda.
Ademais, Maria Alice teria acompanhado o vereador até o portão, quando visualizou Jailson, descendo a rua em sua moto, tendo, então, tentado fechar rapidamente o portão, prevendo que o acusado atentaria contra sua vida. Ao ensejo deste contato, o denunciado, com vontade livre e consciente, efetuou quatro disparos de revólver, tendo um dos disparos atingido o vereador em seu peito esquerdo, ocasionando a sua morte.
Jailson empreendeu fuga em uma van com destino a Teresina e, no início do trajeto, jogou a arma do crime no rio. Foragido, o denunciado foi preso em 13/10/2016, na cidade de Redenção do Gurguéia.
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