O advogado e professor de Direito de uma faculdade particular de Teresina, Rodrigo Araújo, em uma publicação em seu perfil do Facebook, denunciou o abuso de dois seguranças do Teresina Shopping O caso teria ocorrido no dia 20 de março.
A publicação, até o momento do fechamento desta matéria, já contava com 190 compartilhamentos. Segundo Rodrigo, uma senhora humilde, na companhia de uma criança de dois anos, estava sendo expulsa do shopping. O professor conversou com o GP1 e disse que dois seguranças, sendo um à paisana, foram truculentos com a mulher. “Cada um puxando em um braço”, relatou.
- Foto: FacebookUm dos comentários feito pelo Professor na rede social do shopping
O advogado ainda questionou o que havia acontecido para que os seguranças tratassem a mulher daquela forma. Ele e outra colega advogada pediram para que os guarda-costas não maltratassem a mulher, mas segundo ele, não foram ouvidos. A advogada teve a ideia de gravar um vídeo para denunciar o abuso, mas foi repreendida. “Automaticamente ele foi para cima dela, botando o dedo em cima dela, quase emparelhando ela. Ela é baixinha e ele dizia: não me filma não que eu não lhe dei autorização”, contou Rodrigo.
“Eu fui para cima dele e disse: não aponte o dedo para ela, respeite uma mulher, saiba como tratar as pessoas. Aqui todo mundo é igual, o único que é inferior é você por estar tratando as pessoas de forma grosseira. É isso que lhe faz inferior”, disse o advogado.
De acordo com Rodrigo Araújo, o segurança que não estava usando farda tinha “ar muito agressivo”. Mesmo sem farda, o homem identificado apenas como Samuel, carregava um rádio comunicador. Com um tempo, os seguranças se afastaram e Rodrigo conseguiu perguntar para os lojistas o que a mulher, que trajava roupas humildes, havia feito para ser tratada daquela forma.
“Falei com os lojistas e com as pessoas que estavam ali no momento, todos estavam horrorizados. Eles [seguranças] estavam gritando muito com ela e segurando o braço dela”, disse. Segundo informações, a mulher pediu ajuda a uma senhora que estava utilizando o espaço de lazer do shopping. Ao receber R$ 2 reais de uma senhora, foi abordada pelos seguranças. “Os lojistas disseram que lá tem muitos seguranças que não andam fardados justamente para isso”, continuou.
Os comerciantes ainda disseram que é comum haver seguranças à paisana no estabelecimento, mas o chefe da segurança do shopping negou. O advogado, no entanto, reiterou que queria apenas garantir que a senhora não passasse por tal constrangimento e não tivesse seus direitos fundamentais violados.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Teresina Shopping
“O shopping tem que ter uma sala maior, para reservar a pessoa, para colocar no caso de oferecer perigo. Não pode expor ninguém dessa forma. Não é porque a pessoa faz uma coisa que seus direitos fundamentais vão ser violados”, explicou.
Rodrigo citou ainda muitos casos de pessoas que pedem ajuda em estabelecimentos privados e que não tem o mesmo fim, que segundo ele, é “lastimável”. “Se eu viesse pedir ajuda engravatado para uma calourada, como acontece muito, não seria tratado daquela maneira”, disse.
O advogado fez comentários nas redes sociais do shopping, que de início foram apagados, mas depois afirmou que a parte responsável já está ciente da situação. Rodrigo, no entanto, reclamou do descaso do shopping e já registrou Boletim de Ocorrência pelo crime de injúria. O advogado pede uma retratação formal do Teresina Shopping.
Outro lado
Procurada pelo GP1 na tarde deste sábado (24), a assessoria de comunicação do Teresina Shopping afirmou que a informação sobre esse caso não procede e, por isso, não vai se pronunciar sobre o assunto.
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