Dois policiais militares, lotados no 10º Batalhão da Polícia Militar, em Guadalupe, estão sendo acusados de torturar um adolescente de 12 anos. O fato aconteceu na manhã dessa segunda-feira (19), na cidade de Floriano. A delegada titular do município, Nayana da Paz responsável pelas investigações, explicou que a denúncia foi feita pelo Conselho Tutelar e pela avó do adolescente.
“Na manhã da última segunda-feira (19), representantes do Conselho Tutelar nos informaram que um garoto teria sido sequestrado por homens armados. Logo em seguida, por volta das 11h, a avó de um jovem chegou aqui na delegacia alegando que seu neto estaria amarrado por detrás da antiga empresa bioediesel”, contou a delegada.
Os policiais civis foram para o local e lá encontraram um carro de passeio com cinco ocupantes. “Três dos ocupantes eram maiores de idade e dois disseram que eram policiais militares da cidade de Guadalupe, porém, eles não estavam fardados. Dentro do carro, existiam dois menores, sendo que um era sobrinho de um dos policiais e o outro estava bastante ferido”, acrescentou Nayana da Paz.
A delegada ainda detalhou como ocorreram as torturas: “Os acusados agrediram o menor nas costas a pauladas, queimaram sacolas plásticas para pingar nas pernas do menor, deram um tiro ao lado do ouvido dele e fizeram tortura psicológica dizendo que iriam entregar o jovem em uma boca de fumo”, relatou a delegada titular de Floriano.
Outro lado
Procurado pelo GP1 na manhã desta quarta-feira (21), o comandante do 10º BPM, tenente-coronel Feitosa, explicou que, na verdade, houve uma abordagem ao menor por conta de uma arma que foi roubada de um PM. “As informações que recebi foi que uma ocorrência se iniciou quando a arma de um policial foi roubada. Então, os dois policiais foram à casa do jovem que, possivelmente, teria envolvimento com o roubo e o abordaram”, afirmou.
O comandante garantiu que o inquérito será instaurado pela Polícia Militar. “A Polícia Civil já iniciou as investigações e a Polícia Militar também vai instaurar um inquérito para entender até que ponto os policiais se excederam durante a abordagem. Se eles forem condenados, irão responder tanto para a Justiça Militar, quanto para a comum”, finalizou.
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