O governador Wellington Dias (PT-PI) comentou, nesta sexta-feira (21), durante entrevista à imprensa, a nova etapa da Operação Topique, que prendeu os empresários Luiz Carlos Magno e Lívia Oliveira. A primeira fase da operação foi deflagrada em agosto desse ano e prendeu servidores da Secretaria de Educação do Piauí (Seduc) e 21 empresários. A operação investiga o desvio na ordem de R$ 119 milhões que seriam destinados ao transporte escolar.
O governador explicou que o estado é o maior prejudicado quando há desvios de verbas. Wellington defendeu ainda o princípio da ampla defesa, tendo em vista que várias pessoas que foram presas na operação, segundo ele, foram declaradas inocentes.
“Eu tenho acompanhado no sentido de que o Estado é colocado como o prejudicado. Pedi que pudesse dar oportunidade de defesa. Várias pessoas que foram presas, foram declaradas inocentes, então porque a prisão? O Brasil precisa pensar esse momento de prisão pela prisão que temos hoje. Primeiro prende e depois vai saber se é inocente ou culpado. Temos que cumprir a Constituição”, afirmou o governador.
- Foto: Lucas Dias/GP1Wellington Dias
Wellington entende que a prisão deve acontecer em casos extremos onde o acusado “caracteriza um perigo real à vida das pessoas”, como homicídios e latrocínios.
“A posição do ministro Marco Aurélio estava escrita no artigo 5º da Constituição. Porque que é diferente alguém só pode ser preso se ele caracteriza um perigo real à vida das outras pessoas. É diferente alguém que mata, estupra, comete alguma violência. Porque ele é uma ameaça a outras pessoas, esse sim tem que ser preso. O Brasil tá ao contrário. Pessoas que cometem crimes de barbaridades, são soltas. Pessoas que são investigadas, que se fala ainda de indícios, já estão aprisionando”, afirmou o governador.
Wellington Dias antecipou que segue a disposição para contribuir com o que for necessário. “O que eu digo é que nesse caso da Topique, por exemplo, sempre nos colocamos a inteira disposição para colaborar. Queremos trabalhar dentro da lei e o que sempre digo, não prejulgar. É preciso dar ao outro o direito de se defender”, reforçou Dias.
Prisão preventiva
Na última quarta-feira (19) o juiz federal Saulo José Casali Bahia, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) converteu a prisão preventiva da empresária Lívia Saraiva em prisão domiciliar. A empresária foi alvo da Operação Topique, que investiga fraudes em licitações e desvio de recursos federais para transporte escolar.
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