O senador Lindbergh Farias esteve, na noite desta sexta-feira (27), na Câmara Municipal de Teresina, participando do encontro do PT que discutiu os desafios do partido. Lindbergh disputa com a senadora Gleisi Hoffmann a presidência nacional do PT.
Em seu discurso, o senador propôs um boicote caso haja eleição indireta: “Nós temos que ter nossa bandeira, se esse pessoal insistir em convocar eleições indiretas a minha posição é que os deputados e os senadores do PT não participem desse colégio eleitoral, que boicotem esse colégio eleitoral, porque nós não podemos legitimar esse processo, esse Congresso Nacional tá desmoralizado com esse presidente da República, nós não vamos reconhecer um presidente da República eleito de forma indireta”, garantiu.
Para o parlamentar o que houve no Brasil foi um golpe de classe: “Esse golpe que houve no país, foi um golpe de classe, foi um golpe dado pela grande burguesia brasileira, que na verdade nunca teve compromisso verdadeiro com a democracia brasileira, talvez a gente tenha subestimado isso”.
“No meio de uma crise econômica eles decidiram que pra sair da crise econômica a gente vai ter que apertar trabalhador, retirar direitos, reduzir salários, e essa combinação da reforma trabalhista e previdenciária é isso. Foi um golpe pra entregar as nossas riquezas”, criticou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Senador Lindbergh Farias
O petista não descarta a participação dos Estados Unidos no “golpe”: “ A historia há de mostrar direito o papel dos EUA nesse golpe contra a democracia brasileira, eu falo que tem o dedo deles porque eu me lembro que quando o presidente Lula anunciou a sua descoberta do pré-sal no Brasil, seis meses depois eles recriaram a 4ª frota da marinha norte-americana, que estava desativada desde a década de 50, pra colocar aqui”, explicou.
“Nós vamos, na história, querer saber, no futuro, qual é a verdadeira relação esse Sérgio Moro com o Departamento de Justiça Norte-Americana porque tem muita coisa mal explicada nesse processo”, afirmou.
De acordo com o senador, a intenção agora é impedir a candidatura de Lula à presidência da República: “O golpe não é uma coisa do passado, o golpe está em curso, é um golpe continuado, eu falo isso porque tem gente que fala que o golpe foi só o afastamento da Dilma, e não, é mais do que isso, o objetivo central do golpe é restaurar o neoliberalismo, entregar todas as nossas riquezas, tirar direitos dos trabalhadores com essas reformas, mas o golpe é também tentar impedir a candidatura do nosso Luiz Inácio Lula da Silva à presidente da República. Essa perseguição ao Lula vai entrar pra história do país como uma das perseguições mais infames contra um cidadão brasileiro, eu tive perto do Lula, e o Wellington Dias também quando dona Marisa morreu, dona Marisa pra mim foi assinada, ela não aguentou a pressão, todo dia matéria no jornal nacional falando do Lula, mas falando dos netos da dona Marisa, falando da dona Marisa”, desabafou.
“Eu acho sinceramente que a gente tem endurecer o nosso discurso, porque não dá pra aceitar eles continuarem com essas investidas para tirarem o Lula do processo eleitoral, porque eleição de 2018 sem Lula não é eleição, é fraude, é farsa”, finalizou.
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