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Teresina - Piauí

Bebê de seis meses precisa de cirurgia urgente no Piauí

Desde o dia 7 de novembro de 2016, Arthur estava numa fila de espera para realizar uma cirurgia, que não é feita em nenhum hospital público do Piauí.

Arthur Costa Gomes tem apenas 6 meses e já enfrenta uma luta pela vida. Com síndrome de down, Arthur foi diagnosticado como sendo portador de cardiopatia congênita, uma alteração na estrutura do coração presente antes mesmo do nascimento.

 “O Arthur nasceu com síndrome de down e cardiopatia congênita. A gente passou quase um mês com ele internado na maternidade Dona Evangelina Rosa, quando a gente saiu já foi direto fazendo os exames e demos entrada lá na coordenação de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), pra vê se era chamado para fazer cirurgia, porque a indicação dele é cirúrgica, e desse tempo pra cá a gente tá na luta e nada. Até completar 4 meses ele era calmo, depois dos 4 meses nós não tivemos mais um dia de sossego, todo dia é uma nova coisa, uma nova doença, e a gente sabe que uma criança com síndroma de down já é bem frágil, e com cardiopatia complica mais ainda”, relatou Alessandra Oliveira Costa, mãe do Arthur.


  • Foto: Divulgação Arthur e os pais Arthur e os pais

Desde o dia 7 de novembro de 2016, Arthur estava numa fila de espera para realizar uma cirurgia, que não é feita em nenhum hospital público do Piauí. Desesperados, os pais que são de Lagoa Alegre, entraram na Justiça para agilizar a realização do procedimento.

A juíza de direito Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, da 1ª Vara da Infância e Juventude de Teresina, concedeu liminar em que determina que a secretaria estadual da Saúde providencie a cirurgia, com multa de R$ 150 mil por dia em caso de descumprimento. A decisão é de 15 de fevereiro deste ano.

No entanto, segundo a mãe da criança a internação de Arthur está agendada para o dia 10 de abril, no hospital Procardio, em Recife, mas que o bebê não pode esperar todo esse tempo pela cirurgia: “No dia 16 de fevereiro foi feita uma consulta com o cardiologista, ele reajustou a medicação, porque o cansaço dele [Arthur] tá incontrolável, além de começar a apresentar outros tipos de doenças, aí o cardiologista sugeriu que fossem feitos novos exames. A gente fez o ecocardiograma ontem e foi detectado que ele já está com hipertensão pulmonar, tá no início, mas já tem um pouco de hipertensão pulmonar, então o cardiologista pediu pra gente agilizar porque não tem como esperar mais”, contou.

Conselho Tutelar

Em entrevista ao GP1, Djan Moreira, conselheiro tutelar, falou sobre o caso do Arthur e de outro bebê de 4 meses. “As crianças que nascem no Piauí com cardiopatia congênita elas não fazem essa cirurgia aqui, então depende de outros estados, eles entram numa fila, e essa fila tem demorado. Além do caso do Arthur, tem outro caso, do Iago, que tem 4 meses de vida, ele está desde dezembro já na fila de espera e também com uma ordem judicial. O que dizem é que no dia 10 de abril vai o Arthur e quando ele fizer a cirurgia e voltar é que o Iago vai, mas quando isso acontecer o Iago vai está na mesma situação que o Arthur se encontra nesse momento. Ou seja, estão brincando com as vidas das crianças, e a gente está aqui como Conselho Tutelar, acompanhando esses casos, junto com a Defensoria Pública”, explicou.

"Se essa criança morrer quem vai perder é a criança, que vai morrer, e os pais que vão sofrer, e com eles [autoridades] não vai acontecer nada”, criticou.

Moreira ainda relatou casos de outras crianças que morreram na fila de espera: “Só ano passado foram quatro crianças de morreram, o Esdras, que foi através dele que tomamos conhecimento dessa situação, a Maria Aparecida, que quando foi fazer a cirurgia já tinha passado do prazo, e os gêmeos de Parnaíba, que um nem sequer teve a chance de ir pra fila ‘da morte’, o outro gêmeo ainda foi pra fila depois que entraram em contato com o Conselho Tutelar e a gente acompanhou”.

Outro lado

Procurada pelo GP1, a assessoria da Sesapi não se manifestou sobre o assunto.

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