Professores da rede municipal de ensino do município de Lagoa Alegre decidiram paralisaram as atividades, nesta quarta-feira (11), por conta dos salários atrasados. A decisão aconteceu durante reunião na sede do Sindicato dos Servidores Públicos de Lagoa Alegre.
De acordo com informações de um professor, que preferiu não se identificar, os professores ainda não receberam o salário referente ao mês de setembro: “O sindicato decidiu paralisar as aulas porque até agora os professores não receberam o salário de setembro. O prefeito Carlos Magno prometeu pagar dia 30 deste mês, mas os professores não querem esperar”, relatou.
- Foto: Divulgação/GP1Sindicato dos Servidores Públicos de Lagoa Alegre
Os prestadores de serviços da área da educação que estão desde o mês de agosto sem receber e os motoristas do transporte escolar, que não recebem desde julho, também decidiram paralisar as atividades.
Durante reunião com a categoria, a vereadora Lucinete Oliveira criticou o atraso nos pagamentos e disse que já entrou em contato com a promotora responsável pelo município: “Estou à disposição como vereadora, estou acompanhando de perto a situação. Assim que cheguei eu liguei para a promotora para comunicar o fato que está acontecendo no município, porque a situação é crítica”, afirmou.
- Foto: Divulgação/GP1Professores de Lagoa Alegre paralisam atividades
Segundo a vereadora, não há motivos para o atraso dos salários: “O que entrou no município de 1º de setembro a 10 de outubro, só na conta do Fundeb foi R$ 745 mil, então não há nenhuma justificativa plausível para que ele venha pedir pela classe, pelos alunos, que não seja a paralisação. A situação é crítica. Ele [prefeito Carlos Magno] diz que a folha de pagamento é de R$ 465 mil, então não há justificativas, ele tem que eleger prioridades e a prioridade a meu ver é o pagamento, depois as demais obrigações”, declarou.
Outro lado
Em entrevista ao GP1, na tarde desta quarta-feira (11), o prefeito Carlos Magnos reconheceu que o atraso dos salários: “Os efetivos da parte dos 60% e dos 40% se encontram com 11 dias de atraso, os contratados realmente estão atrasados um pouco mais do que os efetivos, principalmente na Educação. Acontece que os repasses têm caído muito”, afirmou.
“O Fundeb tem entrado em média R$ 515 mil, R$ 540 mil e somente fevereiro entrou um montante maior, em setembro também entrou mais de R$ 600 mil. A receita da Educação está em média R$ 530 mil e a despesa que não é só o efetivo e professor, tem transporte escolar e várias obrigações como alugueis imóveis, soma R$ 620 mil, então vem dando saldo negativo de maio para cá”, explicou.
Ainda de acordo com o prefeito, “o dinheiro do início do mês foi usado para pagar o mês passado e o desse mês não tem dinheiro no fundo”.
“Não acredito que seja totalmente uma irresponsabilidade, uma má gestão, mas uma consequência que já vem dos gestores anteriores”, declarou.
Carlos Magno disse ainda que pediu para que os professores não paralisassem: “Eu tive a audácia e responsabilidade, eu fui lá e pedi encarecidamente para que eles não fizessem greve, porque a greve não vai resolver o pagamento deles, vai resolver quando entrar o dinheiro no fundo. Eu prometi a eles que serão priorizados daqui pra frente somente professores, embora o transporte escolar também esteja atrasado, nós vamos dar prioridade ao quadro efetivo e só depois pagaremos as outras despesas”, garantiu.
“Eu acredito que provavelmente no dia 30 de outubro [será feito o pagamento] e que daqui para dezembro o pagamento voltará ao normal”, finalizou.
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