Moradores da cidade de Picos estão revoltados com o fechamento da Unidade Escolar José Pereira Leal, fundada em 1968, e localizada na comunidade Angical de Domingos. Atualmente a escola atende cerca de 43 alunos e é administrada pela Prefeitura de Picos.
Segundo moradores da região, o fechamento da escola irá prejudicar os alunos, pois eles devem ser transferidos para outra unidade escolar, que fica a 4km de distância. Os pais dos alunos já fizeram um abaixo-assinado e afirmam que se a mudança for feita, eles irão pedir ajuda ao Ministério Público Estadual e a Câmara Municipal de Vereadores.
“Eu como pai de aluno, faço um apelo ao Padre Walmir, para que ele não feche a escola que foi construída em 1968 e até hoje nenhum gestor público tomou essa decisão de fechá-la. Recebemos essa notícia e fomos pegos de surpresa. Temos 43 alunos matriculados, a maioria da comunidade Angical. Nós, como pais de alunos, estamos revoltados. Se o colégio for fechado, eles vão ser transferidos para o povoado Tabatinga, a uns 4 km. Eu como pai de família fico preocupado por saber que uma criança que estudou perto de casa, agora vai para um lugar distante, sendo que não precisava. Queria que o prefeito marcasse uma reunião com os moradores. Se não tiver um diálogo, nós já estamos com abaixo-assinado que vamos levar ao Ministério Público e aos vereadores”, afirmou Josi Mendes à rádio Jornal 95.
- Foto: Lucas Dias/GP1Padre Walmir de Lima, Prefeito de Picos
Em entrevista ao GP1, o coordenador de Comunicação da Prefeitura de Picos, José Neto, afirmou que a prefeitura apenas está tentando atender recomendação do Governo Federal e que muitas escolas possuem poucos alunos e muitos funcionários, o que aumenta os custos.
“O que está acontecendo é um processo de nucleação das escolas. Tem algumas escolas que possuem um quadro de funcionários maior que o de alunos. Não sei se é o caso específico dessa escola de Angical. O que eu posso dizer é que esse processo de nucleação acontece para que a gente tenha escolas abertas com as salas cheias, pois algumas possuem menos de 10 alunos em sala de aula e assim elas não participam do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. Você precisa ter uma sala com no mínimo 20 alunos para se inscrever no Ideb. O processo de nucleação parte disso, para que todas as salas de aula permaneçam cheias e não causem prejuízos ao município. Tem escola que no saldo total tem 25 alunos e possui de 10 a 15 funcionários, então é melhor nuclear, ter as salas cheias e que possam se tornar referência [em educação]”, explicou o coordenador.
José Neto explicou que os alunos não serão prejudicados, pois a prefeitura vai disponibilizar transporte escolar e afirmou que a discussão sobre o processo de nucleação das escolas acontece desde o ano passado. Segundo o coordenador, com o aumento de alunos nas salas de aula, a prefeitura vai poder receber recursos do Governo Federal para investir na área da Educação.
“O município vai dar o transporte. A escola fica a 4 km e existe a rede de transporte escolar. Isso está sendo tratado pela secretaria de Educação com toda a sensibilidade e compromisso. Não é uma discussão que começou no início deste ano, mas desde o ano passado se discute a possibilidade dessas nucleações. Essa é uma recomendação do governo federal, justamente para que as salas de aula tenham o número de alunos para que participe de provas como o Ideb. Também não queremos que os recursos caiam”, destacou o coordenador.
Vereador critica fechamento de escola
Para o vereador Toinho de Chicá (PP), o prefeito tomou uma decisão errada. “Acho que isso não é hora de prefeito fechar escola não. Tem é que ampliar a educação. Tem que investir na educação e não acho certo fechar uma escola com 43 alunos. É um passo errado que ele está dando”, afirmou.
Ele disse que outras escolas que possuem poucos alunos também estão passando por esse processo. “Além de Angical, Alto dos Canudos e a região de Alegre também passam pela mesma situação. A alegação deles é que tem poucos alunos, mas mesmo assim não acho certo fechar. Só Angical tem 43 alunos e em Alto uns 50 alunos. A população está se mobilizando para não deixar que isso aconteça”, disse o vereador ao GP1.
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