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Teresina - Piauí

Cerca de 160 famílias são despejadas na zona rural de Teresina

As famílias alegam que a propriedade não tem documentação que comprove a titularidade.

Cerca de 160 famílias que ocupavam o assentamento Santa Cristina, localizado no povoado Gaspar, região da Santa Teresa, foram despejadas, depois de uma ação ocorrida nesta quarta-feira (21).

De acordo com o líder comunitário Francisco das Chagas, o terreno possui 350 hectares e não há documentação que comprove a titularidade da propriedade reivindicada. “Nós estamos há dois meses nesse local e o senhor Antônio Manoel Gayoso, que se diz dono do terreno, não tem nenhum papel que comprove que essa área é dele. E a gente está aqui para produzir, para cultivar a terra. Na ação que ele entrou na Justiça, ele disse que tem criação de animais, piscicultura, mas aqui não tem nada disso, só mato”, defendeu o líder comunitário.


  • Foto: Lucas Dias/GP1Assentamento Santa CristinaAssentamento Santa Cristina

Os ocupantes do assentamento iniciaram a produção de pequenas hortas e criação de aves, que de acordo com as famílias, são utilizados para o sustento das crianças que vivem no local. “A gente já começou a levantar as casas com o que temos da mata, o material é todo daqui, madeira, a palha. A gente gente vai voltar novamente”, garantiu.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Francisco Das ChagasFrancisco Das Chagas

Outro lado

Em entrevista ao GP1, o engenheiro Antônio Gayoso afirmou que possui toda a documentação do terreno e a disponibilizou à Justiça. “Essa terra é de propriedade familiar desde 1932, é um espólio de minha mãe e está sendo transferida para mim e minha irmã, então tem toda a documentação”, afirmou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Moradores fazem suas refeições no assentamentoMoradores fazem suas refeições no assentamento

O engenheiro disse ainda que das 160 famílias que hoje ocupam o terreno, grande parte são pessoas que não vivem na região e são angariadas através da Associação dos Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Teresina (ASAF). “A ASAF tem como presidente o Antônio Maximiano de Sousa que vive de fazer o cadastramento de pessoas que têm interesse em ocupar terras, inclusive, ele convoca essas pessoas em nome do Estado, no entanto, o Estado não tem nada a ver com isso. Ele usa do nome da Interpi de maneira irregular”, denunciou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Entrada do Assentamento Santa CristinaEntrada do Assentamento Santa Cristina
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